O que procuras?
O que procura?
O que veio fazer aqui hoje?
Procura romance? Sonho? Verdade?
Procura a mim? Ou a ti?
Quer que eu te dê voz? Que escreva por ti?
Que diga o que não tem coragem?
Ou não sabe? Ou não acredita? Ou não pode mais?
Quer zombar? Quer me diminuir? Ou se diminuir?
Quer que eu escreva o que quer ler?
Quer o meu romantismo? Ou meu realismo?
Quer duvidar que seja possível? Ou quer acreditar que seja?
Quer os meus olhos? Ou os seus?
Pois afirmo que não encontrará aqui nada além de ti mesmo. É teu olhar no meu que fará destas letras algo de bom – ou ruim. Se vier com amargura vai sair daqui acreditando ser tudo uma grande ilusão de um coração romântico (ou bobo) demais. Se vier com esperança vai sair daqui acreditando que é possível fazer tudo (ou alguma) coisa valer à pena. Se vier não desejando nada, é com nada que vai sair. Vai entender então, um dia, que é teu olhar que faz o teu mundo. Que ama o que é teu em outro, e a recíproca vale para o ódio. Não é o que está diante de ti, mas o que procura. A propósito, o que procuras?