Amélia
Quem é ela? Não gosto dela sem mesmo a conhecer. É uma estraga prazer, essa ladra de marido, pois oferece perigo e não sei o que fazer. Será que é bonita? Esquisita? Tem pele de pêssego e a juventude não dá sossego. Ele não chega mais cedo e quando aparece é visitante. Fica por um instante e leva consigo toda paz. Mas, deixa um rastro de desespero, um enigma que nenhum mortal tem a solução. Filho não prende pai, nem as plásticas do cirurgião. A mulher sábia edifica seu lar, segundo o mantra da religião, e que sabedoria é essa? Fingir que não liga, manter a casa limpa, ser boa de forno e fogão, fazer ponto de cruz e bordar à mão? Estudar o kamasutra e experimentar cada posição? Comprar aquela lingerie safada e bancar a malvada para seduzir o machão? Tudo isso foi feito, e não resolveu muita coisa não. É que a felicidade se perdeu, e o amor foi morar em outro coração. Ela é jovem, tem sorriso bobo, não vive de reclamação, é Hilda furacão. Enaltece a virilidade, desperta o tesão, as contas que se paguem, só quer sexo e diversão. Santo de casa não faz milagre, e o homem é um eterno adolescente sempre em busca da paixão. Que seja assim então: que ele viva esse momento repleto de desejo e sentimentos, e quando adoecer, que procure a fantasia, pois Amélia ficou vaidosa.