Tipos de cumprimentos

Oiiiiiiii!!!!!

Vc já pensou na quantidade de cumprimentos que existem? Pelo menos existiam? Uns educadinhos, outros não. Alguns jocosos, servindo de pilhéria. Uns bem gozados, outros que serviam de provocação. Eita coisa boa! Sorríamos de verdade. Por vezes quase não aguentávamos, caíamos numa risada, outras tantas até gargalhávamos. Lembro-me um que uso para algumas: " bom dia, cara de gia!" Como está passando seu Nicolau? Ai perguntavam: Que nicolau? Eu mais que respondia: o que tem perna de pau... Eita bagunça boa! Há uns que usávamos vez por outra: e aí cabeça de mamão? Quede o (a) rapaz, moça da frente? E aí bijou? E aí seu Raul? Como tá seu angú? Vamos prá frente, que atrás vem gente... E aí seu Manuel? Acabou papel? Ai vinha uma singela canção que cantarolávamos baixinho: " Dingobel, digonbel, acabou papel; kkkkkkkkkk... não faz mal, não faz mal limpa com jornal... o jornal tá caro, tá caro prá chuchú, mas para que tanto luxo... kkkkkkkkkk.... o resto cante ai na sua cabeça... E quando a gente tava brigado com alguma colega, de propósito usávamos uns apelidos nada agradáveis... a indivídua fazia um bico que piorava a carinha... aí aquela frase vinha: não adianta me olhar com cara feia, se eu tivesse medo de feiúra, não olharia minha cara no espelho logo de manhã... ei vara de apanhar mamão! Kkkkkkkkk... como vai seu pintor de rodapé? Kkkkkkkkk...

Bom dia dona maria, como vai sua bacia? Kkkkkkk

Até hoje me pergunto o que acontecia com a bacia? Kkkkkk... Lembro só das trouxas de roupa que eram postas dentro e as lavadeiras indo numa fonte que havia prás bandas de onde morava. Aliás, a bem da verdade, eram duas ... Água limpa... pura... E a gente se divertia quando neguinho passava todo empertigado e do nada, tropeçava em algo... Era um abafado de risadas e o sujeito lhando prá todo lado, desconfiado... kkkkkkkkkk

Havia por aqui uma sra que não era certa da cabeça, conhecida como Rodó... nunca entendi porque a chamavam assim e ela ficava uma arara quando ouvia. Ela falava sozinha.

Ah havia tanta confusão das boas, por causa de apelidos. Porque quanto mais o sujeito se zangava, mais era chamado. Porem, por mais louco que parece ser, os mesmos que brigavam, eram amigos também. Tudo era motivos para se fazer uma graça. Tinha aqueles que eram exímios imitadores. A gente bolava de tanto sorrir. Imitavam as mães, os pais uns dos outros... Ah, vou parar por aqui... A saudade agora apertou.

Bom dia gente de caridente, de nariz prá frente... precisa chamar o médico urgente...

Fui!

Raimunda Lucinda Martins