Quando agradecer é preciso
É madrugada dos meus 59 anos completo s. Foram bem afagados por amigos e familiares. Toca o sino da catedral neste instante perto das seis no meu relógio. Trago na boca o gosto dos chocolates que supostamente deveriam ser harmonizados com vinho. Fugi da caixa de tão gostosos que estavam. Sorrio para as flores de madeira enfiadas de qualquer jeito no cesto cheio de jornais. Preciso folhear para dar fim, no entanto me pego lendo A Paisagem de Lygia Bojunga onde ela “entrelaça os dois momentos do processo de escrever uma história: o da criação (papel do autor) e o da “re”-criação (papel do leitor).” E para que preciso ler isso a essa hora? Porque assim como o amanhecer não pede permissão a ninguém para findar a noite, não temos respostas para tantas indagações quanto as que nos oferece a vida. Eu sei é que desejo passar dos 80 anos, seja comendo destes chocolates ou escrevendo sobre outras madrugadas e afins. Quem sabe então terei tempo para os jornais e eles não se amontoarão. E meninas, muito obrigada pelo mimo de ontem. Vocês são especiais demais! Vocês fazem tudo ficar mais bonito. Amanhecer, entardecer e anoitecer.