A foto acima refere-se à rua que fez minha infância. Por ali andei, corri e me diverti durante esse período. Pois bem, naquela época havia um grande imóvel que endereçava uma empresa do ramo alimentício, muito famosa, por assim dizer, além de outras grandes organizações empresariais de diversos seguimentos, com atividades de cimento e concreto, armazéns gerais, enfim, o deserto daqueles tempos é algo que ficará para sempre na memória de todos nós que vimos tal tranformação.

Com se vê, a vida é uma constante evolução em todos os sentidos. O que se via antigamente, refiro-me à década de 80, o muro das fábricas, a ferrovia, os operários nas calçadas na hora do almoço, tudo isso abriu espaço para o levantar de torres residenciais; assim, na atualidade qualquer terreno, seja grande ou pequeno, serve para construção de um prédio, o que vem ocorrendo em toda cidade e interior.

Não sei o que pensar quando vejo isso. Será que essa reta evolutiva e desenfreada realmente trará algum benefício, não só para o bairro, mas também para as pessoas em geral? E a questão da violência local? Como fica a resistência do solo, mediante tantas fundações? Todo este debate foi feito com as autoridades que concederam licenças para as construções? E o interesse político por trás desses empreendimentos?

São infinitas questões a serem lançadas aqui, mas este não é objetivo desta crítica. Contudo, é cabível a seguinte expressão: tudo que é exagero é ruim e acho que isso está acontencendo sim. 

Por fim, sem muito melodrama, aproveito para dedicar-me ao tempo presente, buscando sempre observar que um dia tudo poderá mudar.

Romualdo Santos do Paço, advogado defensor da liberdade, patriota, amante das letras e amigo dos números, morador da Lapa/SP.

Direitos Autorais, nos termos da Lei Federal n° 9.610/98.

Fotografia: Fernando Aparecido de Oliveira Meyer meu grande amigo.