Outro dia saimos para nossos exercícios diários e, ao chegarmos ao Parque, voltei para casa, pois, percebi que havia esquecido meu celular. Nesse ínterin encontrei com meu vizinho Bob. Ele fala muito devagar; sabe aquelas pessoas que nunca estão com pressa e que nos pegam nas horas mais inconvenientes? Ele me parou e perguntou “ Mary posso te contar uma história?” Eu rapidamente sugeri se não poderia ser em outro dia, pois eu estava com pressa. Ele me olhou meio decepcionado, e disse : “Claro, não faz mal, outro dia”.
Saí com meu carro voando, com aquela dor na consciência e aquilo ficou na minha cabeça a semana inteira. Hoje eu o vi saindo quando eu estava para pegar o meu carro e perguntei a ele se queria contar aquela história, desculpando-me por não ter podido escutá-lo naquele dia. Ele olhou para mim com um olhar de paisagem dizendo: “História? Não me lembro, Mary!" e seguiu para pegar seu carro. Fiquei plantada no estacionamento, sentindo-me um pouco frustrada, pois, de uma certa forma, acho que falhei não sendo uma boa ouvinte.
Em algumas situações como essas, seria tao bom se o sentimento de amor ao próximo nos pegasse pela mão, abrandando nossos passos, lembrando-nos daquela empatia tão necessária! A quebra do botão automático pode muitas vezes ser um bálsamo, ou mesmo um salva-vidas em prol do outro. E, frequentemente, nos esquecemos disto.
Tema: Te pegue pela mão