TERMO COLOQUIAL E TERMO ERUDITO

Prof. Antônio de Oliveira

Termo coloquial, no seu sentido lógico de expressão de ideias, é o ingrediente

usado na língua do povo, na fala espontânea, não elaborada, inculta.. bela:.

”sermo plebeius“. Diz-se “sermo cotidianus”, em latim, linguagem do dia a dia.

Distancia-se tanto mais do uso erudito quanto mais inculta é a pessoa que fala.

Inculta no sentido de pouca ou quase nenhuma escolaridade. O que não

coincide necessariamente com ausência de sabedoria de vida.

Fazem parte também de nossa linguagem diária as chamadas expressões

idiomáticas, próprias da língua, como queimar a língua, ficar feito uma barata

tonta, queimar incenso ou jogar confete (bajular), queimar as pestanas, meter o

bedelho, tocar na ferida, tirar o cavalinho da chuva, rolar muita água, deixar

passar o cavalo arreado, levantar a crista, dar com os burros n’água.

Uso culto, por sua vez, é a linguagem empregada em geral pelas

pessoas instruídas, letradas. Caracteriza-se pela obediência às normas

gramaticais e pela maior riqueza de vocabulário e pela fluência. É incentivado

nas escolas e utilizado nas ciências, cada uma com sua nomenclatura básica

ou terminologia técnica. Dele fazem uso escritores e poetas (linguagem

literária). Exemplos comparativos: corpinho / corpúsculo; cabrinha / capréolo;

globinho / gotinha, gotícula, glóbulo; homenzinho / homúnculo; montinho /

montículo; nozinho / nódulo; porçãozinha / porciúncula; reizinho / régulo;

versinho / versículo; raizinha / radícula.

Ou, então, no recado de Oswald de Andrade: Dê-me um cigarro / Diz a

gramática / Do professor e do aluno / E do mulato sabido / Mas o bom negro e

o bom branco / Da Nação Brasileira / Dizem todos os dias / Deixa disso,

camarada, / Me dá um cigarro. P.S.: O exemplo não é incentivo ao tabagismo.

Antônio Oliveira MG
Enviado por Antônio Oliveira MG em 23/05/2022
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