ROTINAS INTERMINÁVEIS.

Intensa semana em que o tudo representa o nada, a totalidade das coisas são enfado e cansaço. A rotina de todos os dias impõe o seu fardo pensado em ombros desnudos e machucados. Não há o que se fazer a respeito, é praticamente impossível mudar algumas realidades. Os dias se amontoando, afazeres que se repetem, dificuldades cada vez maiores, dúvidas intermináveis, o mundo gira em uma velocidade assombrosa. Não temos tempo suficiente para raciocinar, por fim, tomamos decisões erradas, caminhamos por estradas tortuosas, impiedoso, o tempo não permite retorno para determinados acontecimentos. Os ombros desnudos e já calejados, sangra um pouco mais, gotejando por onde passamos.

A minha rotina é odiosa, sempre a mesma coisa, todos os dias e o ano inteiro. Os únicos momentos diferentes e agradáveis são os que passo com a minha esposa e filha, ainda sim, o monstro dos afazeres diários engole fatias generosas de nossos momentos. Uma pequena fração em escassos minutos, dedico a literatura, outra paixão. Mesmo a literatura sendo dividida entre escrita e leitura, não é nada do que eu pretendia, porém, a vida tem o seu preço a cada alma. Por isso, me submeto à condição humana da interminável labuta diária.

Mesmo com os ponteiros do relógio correndo apertados, encontro "tempo" para minhas leituras, e quando posso divido com vocês leitores, algumas impressões dos livros que li, como o que vou mostrar agora. O livro, ( Cavalo de tróia, lido não tão recentemente ), do autor, J.J. Benitez, narra uma incrível aventura, e como eu gostaria de ser o protagonista dessa aventura, se é que posso chamá-la assim. O livro, neste primeiro volume, fala de uma operação secreta da força aérea americana que, ao descobrir um modelo seguro de viagem no tempo, cria, em 1973, uma operação, denominada cavalo de tróia, para acompanhar os últimos dias de Jesus Cristo na terra. A parte inicial deste primeiro volume, é contada pelo próprio J.J. Benitez, onde ele descreve como conseguiu se encontrar com o major americano e conseguiu os seus diários pessoais, de onde origina-se o conteúdo do livro. No decurso desse calhamaço, temos a narrativa de Jasão, codinome do major, que volta no tempo, no modelo de uma, por assim dizer, nave, chamada de 'berço'. E junto com seu colega, Eliseu, ambos voltaram a época de Jesus Cristo, presenciando os fatos mais marcantes de sua vida. Jasão, foi escolhido para a missão devido ao seu ceticismo e imparcialidade, mas ao encontrar-se com Jesus, é tocado profundamente por sua mensagem. O livro nos fornece dados da sociedade da época: seus costumes, as leis, crenças, ( judaicas e pagãs, bem como geografia e ambiente). A narrativa refere-se, na sua grande maioria, à vida do mestre, narrativa essa, que contrapõe em partes com o que foi descrito pelos evangelistas no livro sagrado, não desmentindo o que os evangelistas escreveram, mas, apontando para dados deixados de lado pelos mesmos. O livro, na visão do major, fala de uma mensagem deixada por Cristo, falando do pai - sempre bom - Um Deus que não requer templos e rituais, mas o amor ao próximo. Quanto à veracidade dos fatos no livro, fica a critério de cada leitor - segundo o próprio autor - a história é real, no entanto, real ou não, é sem dúvidas um livro extraordinário.

É nesse tipo de leitura, caro leitor, que me desligo da dor do mundo, das aflições diárias, das dores na alma. Quando estou lendo me transfiro para a história contada, vivo aquilo como se fosse real. É assim que suporto as dores da existência desse tempo tenebroso a qual vivemos. Considere a possibilidade de tais aventuras.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 22/05/2022
Reeditado em 22/05/2022
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