Sexo e dinheiro, Dartanhão

 

Aluu! Inuugujaq meus caros 23 fiéis leitores e demais 36 que de quando em vez aparecem aqui por minha casa de massagem literária a fim de ler crônicas pagas à vista. Ajunngilla?

 

Li hoje uma crônica do mestre cronista daqui do Recanto, o Dartanhão Ferraz, o homem das letras de Pesqueira, o escritor maduro de Arcoverde, a ponte literária do Recife e o membro superdotado emérito da Academia Pernambucana de Letras. Mazááááááá Galo Cinza! PS - Se tu um dia me pagar um café com pão de queijo ai no Marco Zero, consigo bajular dez vezes melhor que isso na escrita, esse é apenas o modo amostra grátis sincero - sim, o sincero, pois pagando bem minto mesmo, muito e descaradamente, eis que sou muito mentiroso, sinceramente mentiroso.

 

Mas buenas, o Dartanhão escreveu a crônica Gigantes da Alma, onde se referia ao livro de Mira Y Lopes, muito apreciado pelo seu professor de latim (sim, até nisso Dartanhão é versado). Amor, dever, medo e ódio, eis os sentimentos que nos dominam, os tais "gigantes da alma": "Continuo achando que o dever e o amor são gigantes positivos. Mas concordo que virando obsessão sa tornam negativos e prejudicam a alma" - escreveu o mestre cronista. A partir disso, do alto de minha pretenciosa ignorância, que tudo sabe ao ignorar o todo, sem ter lido o livro, vou opinar agora sobre o mesmo e acerca do texto do Dartanhão. E já adianto: o que move o mundo e o homem dentro dele é o sexo e o dinheiro. O resto é filosofice, não sabia de nada esse Mira Y Lopes e muito me admira o Dartanhão ter ido atrás dele por causa de um professor de latim, uma língua, como se sabe, morta.

 

"Há na alma humana, dois gigantes, emoções que nos acompanham durante todo o nosso desenvolvimento, desde que nascemos. São eles: o sexo e o dinheiroEssas emoções são tão intensas que são capazes de mobilizar nosso ser. Elas são tão grandes que tudo que o Homem tenha feito, de bom ou de ruim sobre a Terra, deve ser atribuído a elas. Tais emoções norteiam todo comportamento humano, interferem em suas ações: as boas e até mesmo as ruins – dependendo do contexto e da situação. Dentre essas emoções que moldam o ser humano uma delas (sexo) coloca obstáculos e apenas uma abre todas as portas (dinheiro)". Esse é o início de uma resenha do referido livro, a única coisa que li sobre ele antes de escrever. E, genialmente, apenas alterei umas poucas palavras dele, em negritto, para lhe colocar em seu devido lugar no entendimento das coisas da vida. O que seria de tuzes sem a genialidade desse Bacamarte? Ficariam perdidos nas mistificações idealistas desses Mira Y Lopes da vida reproduzidas em enfadonhas aulas de latim.

 

Como bom egocêntrico, uso a mim mesmo como exemplo. A primeira vez que vi Louise a vontade que rolou foi de sexo. Como um Artur do Val décadas mais adiantado, vi que aquela gringa brasileira era muito boa e pobre, logo, certamente daria bola prum "europeu" como eu. Concluí que seria uma ótima relação custo-benefício trazer aquela brasigostosa pra Charky City comigo, e o fiz, em vez de ficar fazendo turismo sexual por anos, como o deputado estadual paulista disse que faria na Ucrânia depois da guerra (claro, perto deste Bacamarte, esse Mamãe Falei é um guri de merda em termos de malandragem e sacanagem). Da parte dela, claro, feito uma bela e pobre ucraniana de hoje, o cálculo foi: vou embora pra Europa com esse dinamarquês, adeus miseráveis tristes trópicos lévi-straussianos. Viram, sexo (Louise) e dinheiro (eu) movem de verdade o mundo. E deu certo, muito certo, em todos os (impérios dos) sentidos e posições (kamasutrianas) possíveis e imagináveis e inimagináveis. Em parte. Explico:

 

Hoje já amo a Louise, principalmente depois que o Toninho Júnior nasceu. Sim, ainda a acho gostosa e a uso frequentemente, mas sei que o amor já suplanta o desejo, depois dos anos. No caso dela, mesmo depois de cair na realidade da "européia" Groenlândia, possessão dinamarquesa no meio do frio e do nada, ela não se arrepende de ter vindo comigo, pois sua vida material melhorou muito e ela continua apegadíssima no meu cartão. Mas sinto firmemente que agora me ame também, depois que nasceu o Toninho Jr, que herdou dela o gosto pelo meu cartão, mas que também desconfio que me ame mais do que ame o american card paterno.

 

Ah, então o amor venceu no final e Mira Y Lopes, Dartanhão e seu professor de latim estão certos sobre Os Gigantes da Alma, Bacamarte? Não, pois a força motriz, o que deu liga e início a tudo foram o sexo e o dinheiro. Interesses materiais egoístas. Sem esses, a Louise ainda seria uma gringa pobre ao Sul do Equador e eu talvez um eurodeputado cassado por fazer turismo sexual na América latina e cometer sincericídio nas redes sociais, por deslumbramento e falta de noção e caráter. Eu, portanto, continuo com a razão, toda a razão, sobre tudo e todos e sobretudo: a vida não é um mar de rosas, é verde dólar.

 

Logo, não escrevo melhor que o Dartanhão, mas sei mais da vida aos 50 do que ele julga saber aos 70. Grande Dartanhão, tu é o cara, para ser perfeito só falta escrever e publicar todo dia. Um grande abraço, mestre cronista.

 

Qujanaq por terem dado uma passadinha por aqui hoje. Takuss"!

 

 

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.


MAIS TEXTOS em:
http://charkycity.blogspot.com

(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina
Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".)

CARTA ABERTA aos meus caros 23 fieis leitores: 
https://www.recantodasletras.com.br/cartas/3403862

GLOSSÁRIO KALAALLISUT:
Aluu - Olá.
Iterluarit kumoorn - bom dia.
Inuugujaq - Boa tarde.
Ajuungila - Como estão?
Qujanaq - Obrigado.
Takuss' - Até mais.

Antônio Rollim Fernando de Braga Bacamarte

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 20/05/2022
Reeditado em 21/05/2022
Código do texto: T7520278
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