“BOMBERINHA” ... 08h30min.
Os fatos que sucintamente iremos narrar são verídicos, apenas iremos omitir os nomes, visto que não estamos autorizados para fazê-los.
A cidade de principal destaque no norte de nosso estado é Londrina, fundada em 10/12/1934, desde o seu início, se dedicou ao cultivo do café, bem como os demais municípios que iam surgindo. Anos depois foi considerada, a maior produtora de café do mundo, - início dos anos 50 - Capital Mundial do Café, isto durante muitos anos, até que em 1975, uma mudança climática repentina, dizimou os cafezais do Paraná. Muitos desistiram desta cultura, e partiram para outras, alguns, porém, fizeram um novo recomeço...
Nos primeiros anos dos anos 80, é que começaremos a descrever os nossos personagens, esta fazenda não desistiu e começou tudo de novo, com muito trabalho, após quatro longos anos os cafezais, voltariam anualmente a produzirem seus frutos, além dos cuidados habituais, chegara o momento da colheita, sua mãe, oriunda de uma família humilde, conseguiu, um trabalho na colheita do café, sua filha em torno de seis anos, ainda não estava na escola, em razão disto acompanhava a mãe, e em vez de somente ficar olhando, auxiliava a mãe neste labor...
Em algumas ocasiões, nos contou suas lembranças, daqueles idos tempos, havia duas modalidades de trabalho, por “empreitada”, isto é, o administrador designava uma área a ser colhida, terminada a tarefa, era feito o acerto financeiro, a outra modalidade era pelo trabalho diário, no final do dia, o total do café colhido era pesado pelo administrador, era dado ao trabalhador um “vale”, no final do mês, juntando todos os “vales” em que era aguardado com ansiedade, pois o pagamento seria feito em dinheiro...
Entretanto, os “vales” eram considerados dinheiro, se alguém quisesse trocar em algum armazém, era bem aceito e valia como dinheiro...
O tempo passa célere, a menina virou moça, com muito sacrifício concluiu o ensino médio, mas, queria estudar enfermagem, no município que residiam, isto não era possível, foi quando teve a ideia de vir para Curitiba, já estava perto de 30 anos, o primeiro passo era conseguir um emprego para custear os seus estudos, conseguiu uma colocação no Aeroporto de São José dos Pinhais, excelente aeroporto próximo da capital. A função era bem humilde, limpar e higienizar as aeronaves...
Foi quando conheceu seu marido, ele, técnico em manutenção mecânica de aviões, neste meio tempo conseguiu se formar em enfermagem, saindo do emprego, para exercer sua tão sonhada profissão, conseguiu uma colocação no Hospital Erasto Gaertner, neste meio tempo o namoro foi ficando sério e acabaram se casando...
E como é natural, na maioria dos casos, veio o primeiro filho, foi quando seu esposo pediu a ela que provisoriamente abandonasse sua profissão, pois ele poderia suprir as necessidades da casa, sem contar com os proventos dela... Não demorou muito veio o segundo filhinho, o primeiro está com três anos, e este último com um...
Quando ainda estava trabalhando no Erasto, conheceu um médico que contou a ela que seu pai tinha uma fazenda no norte do Paraná, por coincidência era a mesma que sua mãe e ela haviam trabalhado nos idos tempos.
Os nossos prezados leitores (as) podem estar curiosos, onde entra o título de nosso singelo conto ou crônica, ela nos contou que havia um trabalho bem interessante daquela época: havia uma função: normalmente uma senhora, carregava nas costas uma lata com vinte litros de água, que era ofertada aos trabalhadores, deste modo não precisariam interromper suas tarefas em busca d´agua, razão pela qual esta senhora recebeu o apelido do “bomberinha” ...
O jovem casal, - não tão jovem assim – pois ela já passou dos 30 e ele está próximo de 40, formam uma família muito harmoniosa, e ela na condição de mãe dedicada tem o privilégio de se dedicar totalmente a seus filhos, algo que nem sempre é possível para todos... 09h10min.
Um bom feriado e fim de semana, aos nossos prezados leitores (as) com um abraço amigo.
Curitiba, 15 de novembro de 2019 – Reflexões do Cotidiano – Saul
Mensagensespiritas.site walmor.zimerman@gmail.com
https://www.recantodasletras.com.br/autores/walmorzimerman