Acho que foi fake, mas gela tudo... (aproveitando o gancho de Maria Augusta Caliari)
Pois fizerem alarde do ciclone, ainda acho que foi terrorismo puro. Estado e Prefeituras se armaram com todas as forças, para as quais foram envolvidos milhares de Reais e tivemos um temporal forte, pode ser que o ciclone esteja escondido em algum ponto do mapa e apareça de repente. Interessante ver a mobilidade, logo ginásios, albergues e hotéis foram preparados para receber o povo que mora nas ruas, cama, banho (muita gente não gosta, mas é obrigatório, acho que botam os tristes, à força, embaixo dos chuveiros), alimentação quente, limpeza, ordem, coisa de Primeiro Mundo, que deveria existir sempre. Pois recebemos umas lufadas de vento, alguns destelhamentos, velhas árvores que não suportaram a ação do vento e, se não me engano, dois desencarnados. Mas vejam os senhores, os que partiram desta para a melhor (ou não), resolveram ir pescar, mesmo com aviso de ondas de até cinco metros. Imagino os surfistas, nervosos dentro de casa andando de um lado para outro, comendo brócolis com suco verde, pensando que o Havaí poderia ser aqui, por sorte, foram bem comportados, na última vez um danadão destes perdeu o braço numa plataforma de pesca. Nosso mar, ao natural, não é manso, a gente entra e nunca sabe se vai voltar, pois tem o repuxo, que quase nos carrega até Portugal, e buracos infelizes que aparecem do nada, mesmo que a água gelada esteja batendo nas canelas, é aí que surge o cretino do buraco. Como já falei em outras vezes, o mar é tão aloprado, que é fácil perder biquínis, calções, os maiôs que, na primeira onda, vão parar na cintura, aquelas ondas que vêm atravessadas e endoidecidas, é o festival de bundas brancas, aqui paga-se muito mico no verão. Mas voltando aos dois que desencarnaram – coisa bem triste –, um dos pseudo heróis mais alguns amigos foram pescar de bote, num barco pequeno, e o outro bonito, foi pescar nas pedras, em Rio Grande, devia estar se sentindo um Netuno, penso que eram daquela turma do “vou nesta” , e o vento dando laçaço e pegando a mil. Sempre imagino que vão botar a culpa no Bolsonaro, também chamado de “geLocida”, já estão até comentando que ele soltou o vento que a nossa ex-presidenta sugeriu que fosse armazenado. Mas o frio é intenso mesmo, nisto não houve fakes nem terrorismo. O que me espanta barbaridade, é o pessoal do Norte e Nordeste vir se gelar aqui, não é de bom tom, devem voltar tomando xarope de guaco, mel e agrião e uivando a viagem inteira. As senhoras e senhoritas do Norte e Nordeste, Centro Oeste, Meio Oeste, Farowest, não sei mais (preciso voltar a estudar geografia), compram toneladas de lã e couro, nunca fiquei sabendo o que fazem com as roupas quando voltam para o tropical. Imagino um gigantesco portal – que um dia haverá de se abrir – atolado na lã, nas botas, luvas, cachecóis, cuecões, gigantescas pantufas de urso, coelhões, dinossauros blábláblá...este estoque deve estar acafofado em algum lugar deste país. Na verdade me perdi no texto, não sei porquê estou escrevendo isto, deve ser falta de assunto na vida. Mas o nosso inverno é completamente enlouquecido.