Leiciarlison (O Bebê)
Por Nemilson Vieira de Morais (*)
Na quarta-feira, 18 de maio de 2022, no início da noite houve um tiroteio entre gangues rivais, na Joaquim Nabuco, bem próximo à sede do projeto Pai Resgatando Vidas, de Manaus (lamentavelmente com um óbito de uma criança por bala perdida) e outros feridos de propósito.
Na zona norte da capital, Comunidade Parque São Pedro, uma mãe (entre tantas) desesperada há três meses, aguardava (numa fila de trezentos usuários, dependentes químicos) a oportunidade de um tratamento do filho.
Leiciarlison é o seu nome de batismo, mas, bastante conhecido por BEBÊ. Marcos Bastos o têm chamado de Bebezão.
Na pré-adolescência sonhava entrar para os quadros da Força Pública, defender a sociedade, ganhar o pão de cada dia...
Aos 14 anos, 'sentou praça' no mundo das ilicitudes; uso de diversas drogas, subtrações de pertences da família, da vizinhança...
Num dos vídeos enviados ao projeto pela irmã, em pedido de socorro, ver-se o Bebê em conflito com a justiça, a dar trabalho à polícia.
À mãe coitada, quase a morrer de dó ao ver o seu garoto apanhar e das lembranças que tinha dos bons conselhos que lhe dava...
Filho solto, preocupações em dobro: dela (da mãe), da comunidade local...
Além das queixas, do sumiço de alguma coisa na redondeza, o aumento das dívidas ao tráfico, as ameaças, tentativas de morte do filho era uma realidade constante.
Por último, para não vê-lo morto assumiu o compromisso de uma dívida de seiscentos reais, ao tráfico. Trabalhando a morrer, já havia pago quatrocentos do montante.
O PAI MARCOS chegou a tempo e a mãe pôde dormir o melhor sono da sua vida; ao ver o filho resgatado ao tratamento na chácara mais amada do Brasil (de Itaquatiara).
"Nem por força ou violência..."
Quem acompanhou o emocionante resgate viu o trabalho que deu ao diretor da instituição, o resgate do Bebê.
Com seu dom peculiar de acolher essas pessoas, Marcos, usou uma estratégica diferente das já vista: mostrou ao Bebê, no celular, às imagens do antes e do depois, dos seus acolhidos.
Apresentado-lhe a foto da IMECSA: o Imecson em forma de uma linda mulher, e mais: com uma proposta de namoro a ele; daí o semblante do bebê mudou, amoleceu-lhe o coração: ao convite do pai.
— E, as portas da esperança com alegria, como num passe de mágica abriram-se a ele.
No deslocamento a casa de acolhimento, os moradores, às portas das casas davam tchau ao Bebê e em vozes audíveis desejavam boa sorte a ele.
*Nemilson Vieira de Morais, Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.
(19:05:22)
Texto conforme lives do M. Bastos