Aquele futebol das antigas
Nem todos os dias, estamos animados para construir um texto sobre futebol, mesmo que essa seja nossa paixão de criança. Algo que faço desde que aprendi a andar. Brincava de cruzamento nas ruas onde morava e a trave fictícia era a entrada de um condomínio de um prédio da família Borges, na rua Teresa Cristina, ali perto do Hospital da Policia Militar. Um de nós fazia a função de um Nino Paraíba, Roberto Carlos, Cafu, e outros três ou quatro garotos ficavam ali esperando a bola chegar para fazer um gol, como se fosse Wellington Paulista, Cléber, Jardel, Romário. Quem não era tão habilidoso com a bola, fazia a função de goleiro, a lá Taffarel, Rogério Ceni, João Ricardo, Marcelo Boeck.
Também brincávamos de travinha, nas areias de algum lugar da cidade. Ou mesmo brincávamos no calçamento mesmo da rua. Por isso, quando errávamos a bola e só focávamos no gol, as vezes chutávamos o asfalto, uma bela marca ficava no nosso dedão do pé. Mas nada supera, quando montamos os times de futsal e íamos jogar na quadra do Céu da UFC, era uma aventura. Tínhamos que recolher as folhas que caiam das arvores para poder usufruir de uma hora de jogo.
Outros tempos, em que valia a pena curtir a vida pelas ruas, sem destino e com amizades verdadeiras. O tempo passa para todo nós. Hoje eu estou com 42 anos e não jogo mais. Sou ainda amante desse jogo. Apesar de termos tão poucos jogos emocionantes para valer. Os craques da bola, jogavam por amor. Hoje os jogadores são profissionais, jogam por dinheiro, alguns são milionários e se esquecem por que estavam ali, só querem mesmo curtir a vida. Nada contra, mas aquele futebol verdadeiro, raiz caiu no esquecimento, tudo virou um produto da grande mídia, só preocupada em vender e lucrar cada vez mais.