Depressão

CONHECI durante o tempo que vivi em Psqueira (vou voltar pra lá) pessoas incríveis. Algumas delas dignas de ser personagens dos romances de Garcia Marques. Não estou exagerando. Juro.

Uma dessas pessoas foi um médico. Ele foi por acidente de percurso também deputado. Uma figura inesquecível. Sempre vestido com um termo escuro, óculos de lentes fundo de garrafa, chapéu e carregando sua maletinha de médico. Era o perfeito médico da família, clínico geral, atendia doentes em qualquer parte, já de carro, charrete, cavalo, o escambau. É maioria dos clientes pagava com galinhas, ovos, frutas... Houve uma época que pagavam com melancias. Era muita melancia. Resultado, ele mandou colocar um cartaz: consulta trazendo melancia tantos cruzeiros. Sem melancia, grátis. Atendia correligionários e adversários. Nome dele: Lívio Valença(too do cantor Alceu).

Gostava de contar causos verdade. Arretados. Mas um ele não contou. O mais incrível e que ficou nos anais da Região. Um dia, em São Bento do Una, ele já estava quase de saída so escritório quando a atendente avisou que ainda havia um cliente, um sujeito muito triste que ba certa estava com depressão. Ele mandou o cara triste entrar. Tirou a pressão, auscultou, bateu na perna dele com o martelinho... No final deu o diagnóstico: - Meu amigo, você não tem nada. Está apenas triste. Tristeza passa com o tempo. Olha, chegou um circo muito bom na cidade e ele tem um palhaço muito engraçado. Vá lá e tua muito. Quando ia saindo ouviu o cliente dizer: - Mas doutor eu sou o palhaço do circo.

Não se sabe se ele achou outra receita, mas o causo foi muito comentado na Região. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 18/05/2022
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