Uma partida de xadrez!

O vento já cantava e o sol raiava ardentemente quando, após uma manhã intensa de estudos, os dois irmãos, Davi e Daniel, retornaram para casa, ansiosos por jogar xadrez. Treinavam todo dia após a escola. Apostaram corrida até o jardim, guardaram seus materiais da escola e iniciaram a batalha. Davi com as brancas, Daniel com as pretas. A seriedade reinava, os corações aceleravam e os olhos permaneciam fixos em cada movimento adversário. Peões massacrados, bispos mortos injustamente, torres derrubadas, mas os dois reinos ainda tinham seus reis firmes. Davi, que tinha uma facilidade gigantesca para viajar em seus pensamentos, imaginou-se como um rei sobre o belíssimo cavalo branco, partindo com seu peão escudeiro em direção ao rei inimigo. Sua esposa cavalgava ao seu lado, e juntos iam à porfia. Desviou de duas perigosas torres, ultrapassou o arsenal inimigo e, quando estava próximo de transpassar o coração do rei inimigo, um grito surgiu de longe, embora não avistasse ninguém. Rei Davi parou, olhou em volta, mas não viu ninguém. Quando decidiu retornar com seu ataque, eis que a voz aparece novamente: Xe...xeq...xeque!!!

Era seu irmão, Daniel, que o alertava estar em xeque, depois da rainha negra cruzar todo o tabuleiro e amaçar seu rei. Davi observou atentamente cada peça de seu reino, mas não havia escapatória: Davi perdeu...

A imaginação, como ferramenta para que vivamos melhor a realidade, é excelente! Mas, se com ela esquecemos nossas obrigações, a usamos mal. Cabe a nós escolhermos: a usaremos bem ou mal?