TRINTA E OITO ANOS ATRÁS... (OS DRAMAS DE CADA UM). 15h21min.

Três de janeiro de 1983, foi um dia de muita alegria, pois nasceu nosso primeiro neto Adriano, filho da querida filha Vanice. foi um ano atípico na região sul, com chuvas intermitentes que duraram perto de seis meses, com os transtornos habituais que este excesso provoca, além de perdas na lavoura houve também perdas humanas...

1984 chegou, e já em 12 de janeiro deste ano, era lançado o primeiro comício em nossa cidade das Diretas Já, comício este que foi realizado na “Boca Maldita”, com a presença de figurões da política brasileira. Mas as nossas preocupações eram outras, o sócio majoritário de nossa pequena empresa, viria a se aposentar, daí para frete teríamos que assumir novos desafios, pois estaríamos “sozinhos” ...

Finalmente em 12 de dezembro, saiu na Junta o número inscrição do INPJ, em carta aos nossos fornecedores isto era informado, pois a vida para nós continuava, uma filha já casada, uma filha com 17 anos e outra com 14 anos...

Foram anos difíceis para o comércio e indústria, pois inflação era um tormento para todos. Entretanto dez anos depois veio uma “luz no fim do túnel”, o Plano Real, 01 de julho de 1994, com prós e contras, a princípio com paridade do Real com Dólar, a inflação aparentemente foi contida, porém, os juros bancários estavam extremamente altos, para um país que dizia ter “controlado” a inflação...

Foram 14 anos – mais 15 anos na empresa anterior - de muito trabalho e preocupações das lidas de quem atua no comércio, pois o Real não foi somente de “rosas”, mas também de “espinhos”. Em face de um Decreto Lei absurdo de FHC, em que as distribuidoras não poderiam estar localizadas no mesmo terreno da residência do proprietário, teríamos que mudar do nosso local e pagar aluguel, além do mais contratar um farmacêutico, pois dai para frente quando fizemos alguma compra teria que constar no nome e inscrição do nosso farmacêutico, muito embora não fizéssemos qualquer tipo de manipulação e não vendêssemos nenhum produto controlado...

O pequeno negócio se tornava inviável, “fechamos” e tiramos nossa última nota fiscal em 28 de setembro de 1998. – em fevereiro de 1998, saiu nossa aposentadoria - Os familiares insistiam que deveríamos dar baixa da firma, acabamos, por vários motivos desistindo. Porém, recentemente conseguimos uma contadora que se predispôs a isto, pediu um valor, além disto tivemos que pagar, algumas multas pela não declaração de imposto de renda...

Finalmente, em 24 de março saiu Certidão de Baixa de Inscrição no CNTJ. Em que a Elofarma, não existe mais, com isto acabava um sonho de crescer gerar muitos empregos, o que não deixa de ser a vida em si, com coisas boas e outras nem tanto...

15h57min. Curitiba, 16 de maio de 2022 – Reflexões do Cotidiano – Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 16/05/2022
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