ABRIL, MÊS DA ABERTURA

Prof. Antônio de Oliveira

A criança se abre para o mundo exterior, ao nascer. Início de um desafio: viver. Todo ser vivo passa por essa experiência. Passa a viver de fé em algum sentido da vida, de esperança num projeto vital. Num programa de servir mais do que de ser servido. Apesar da lei do mais forte. Feliz da pessoa que pensa em fazer o bem. Bem-aventurados os pés do caminhante a serviço de um mundo melhor. São pessoas abertas para o mundo.

Abril, ou mês de Abril, provavelmente adotou o nome da deusa das flores, Aprilis, pois em Roma esse é o início da primavera. A natureza se abre para a florescência. Botão em flor, o botão cede o espaço ao desabrochar da flor. Pétalas se abrem. Cintilantes. Abril tem 30 dias, é o quarto mês do calendário gregoriano e era o mês dedicado às festas de Afrodite, deusa grega da vida e do amor. Vênus corresponde, na mitologia romana, à deusa da beleza e do amor. Vida, beleza, amor, natureza e tantos outros valores e contravalores disputados entre deuses e deusas. No caso, fantástico é o mundo das flores, em especial, das rosas. Em muitos lugares do mundo o aparecimento dos brotos em profusão é celebrado com um cortejo das flores em carruagens de contos de fadas. Estação das flores. Festival das flores. “Blumenfest”, nas regiões de cultura alemã.

“Abre-te, Sésamo” é um imperativo, uma ordem em francês: ”Sésame, ouvre-toi”, na versão de Antoine Gailland, de As mil e uma noites. Sésamo deriva da planta gergelim. Uma senha para abrir a caverna onde os quarenta ladrões escondiam seus roubos e saques. O bem e o mal se misturam. Ternura e tortura rimam no nome. Faz tempo escrevi uma poesia cuja primeira estrofe soa assim:

O amor / é como a flor: / da doação, penhor; / perfume de néctar: / suavidade em cor. Na última estrofe “O frescor / esconde amor. / Na dor / do pôr, / sem repor / há desamor.