A Ponte

     Ela era pequena, de uns sete a dez metros de comprimento por uns três ou quatro de largura e cruzava um igarapé de volume d'água compatível. Era toda em concreto, inclusive os guarda-corpos. Sua cor branca já amarelava pelo tempo. Essa era toda a lembrança que remanescia em minha mente, fruto de uma única passagem pelo local, onde eu a pé, meu irmão um pouco mais novo que eu, carregado pelo meu pai e o caçula, no colo de minha mãe, cruzávamos a melancólica pontezinha. Fortuitamente, ainda me chega a imagem de um vento forte que fez cair do colo de minha mãe um cueiro do caçula. E aqui um dilema: nãa sei se apareio-o no ar o se apanhei-o já do chão. Um detalhe: essas lembranças só vieram a tona muitos anos depois ao lembrar-me de ter atravessado a ponte novamente, quando minha irmã, quarta e última dos irmãos, já era nascida. Hoje o local tem uma urbanização moderna e no lugar da ponte, ha uma galeria, e o velho igarapé, agora é um esgoto, ou quase isso... Isto seria tudo, se minha mãe não tivesse taxativamente negado o primeiro acontecimento. "Nunca havíamos passada lá, antes daquele dia em que tua irmã já era nascida...", sentenciou uma vez.

 

 


Embora essa lembrança esteja mais para fruto da minha imaginação, o local é real e não sendo real a primeira lembraça, a segunda o é, pois morávamos ao lado (duas casas depois) da dita ponte. Eis o loal no Googlemaps: a ponte

Ilustração:

Fragmento da imagem gerada no GoogleMaps sobre as coordenadas do local objeto da crônica,  a ponte