BONDE

Bonde

A etimologia da palavra é uma corruptela da palavra BOND em inglês.

Nas grandes metrópoles, como a Capital Federal no Rio de Janeiro e São Paulo, no começo do século XIX, tinham coletivos puxados por burros rodando sobre trilhos.

A Light, antão concessionária de energia elétrica, em ambas as cidades, fornecia eletricidade, tanto na iluminação pública, nas residências e casas de comércio.

Com o advento do progresso, foi necessário substituir a tração animal pela força motora energética, propiciando assim, maior conforto, elegância e higiene no tráfico urbano.

Para implantação da rede elétrica e substituição da atração animal dos coletivos existentes na época, foi preciso investimento da Companhia de energia, São Paulo Tramway Light and Power Company.

Para tanto, precisava de recursos financeiros. Então lançou um papel mobiliário chamado de bônus. Este vale ou empréstimo passou a ser chamado na boca do povo de Bondes.

Concomitantemente ao empréstimo alcançado, fazia-se necessário a implantação de uma Passagem que supriria a carência de moedas para trocar o papel-moeda das notas de contos de reis.

Assim foi que o Bônus passou a ser utilizado exclusivamente com passe junto ao cobrador.

Vendidas em cautelas de dez unidades. Com o tempo passou a ser mais uma moeda de pagamento circulante no comércio.

Os bondes eram fechados, apelidado de camarão pela pintura vermelha que eles tinham e os abertos já o próprio nome dizia pelas suas características.

Quem dirigia era o motorneiro, por meio de uma manivela que movimentava e fazia o mesmo andar. Tinha uma placa que dizia:

"O motorneiro cuidadoso não conversa em serviço".

O cobrador (a maioria portugueses) recebia as passagens por meio de um passe da cor amarela, conforme eu já dissera a pouco que era vendido antecipadamente, ou em dinheiro.

Poderíamos dizer que o cobrador era um malabarista do estribo, pois levava dinheiro na mão e moedas e passes no bolso, e dizia assim:

“um pra Light e dois pra mim”, para acusar o recebimento da passagem na cordinha de controle.

No bonde aberto, a entrada era feita pelos dois lados, pelos estribos esquerdo e direito.

A lotação do mesmo comportava passageiros sentados e passageiros que iam nos estribos.

O único problema era quando chovia, pois apesar de ter umas cortinas de lona que baixava e protegia, ainda tinha alguns respingos e dificilmente ia gente nos estribos, apesar de que, na época, eram muito usadas capas de chuva, galochas e guarda-chuva.

Lembro-me de um aviso que tinha que era o seguinte:

"Cuidado sempre: prevenir acidentes é dever de todos. Espere o carro parar". Pois tinham passageiros que pulavam do bonde andando.

E as propagandas então! fez história um reclame do Rhum Creosotado, um famoso xarope da época:

"Veja ilustre passageiro

O belo tipo faceiro

Que o senhor tem ao seu lado.

E no entretanto (sic) acredite

Quase morreu de bronquite,

Salvou-o RHUM CREOSOTADO".

Com o fim da concessão da extinta São Paulo Tramway Light and Power Company, sucedeu a Light – Serviços de Eletricidade S/A e ela passou os Bondes para a CMTC Companhia Municipal de Transporte Coletivo, que durou de 1947 a 1968.

Hoje em dia Bonde é peça de Museu da própria CMTC, cito à Av. Cruzeiro do Sul, 780, Canindé, São Paulo, inaugurado em 20 de Março de 1985 que se chamava Museu dos Transportes Públicos, passando a denominar-se Gaetano Ferolla, a partir de sua morte em 1991, em homenagem ao funcionário abnegado que se dedicou ao transporte paulista.

Houvera saudosistas que fizeram de seu empreendimento recordação da era dos bondes, dando ao seu comércio o nome de Bonde Paulista Pizzaria, desde 1992. Mas como tudo que começa com pizza termina com pizza, ela fechou nos deixando a SOBRAMES SP na mão depois de tantos anos de parceria.

Chico Luz

CHICO LUZ
Enviado por CHICO LUZ em 14/05/2022
Reeditado em 14/05/2022
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