Erótico IV

Depois a pele nua percebeu a penugem, o relevo manso, a onda. Na sua mão a rosa, rubro apelo ao amor, ficou presa entre o polegar e o mínimo enquanto o indicador, voz profunda da vontade, rodou nas pétalas e se afundou até ao âmago. Sangraria se a volúpia não apagasse o sentido da violência. Há dores que se confundem com o prazer e a rosa devassada, libertou, em silêncio, todos os gritos. Estavam vivos mas a vida era aquele pontinho de luz que chamava as sombras.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 13/05/2022
Reeditado em 14/05/2022
Código do texto: T7515475
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