Vikings — Minnesota 🔵
Eu já estava acostumado a assistir à finalíssima do futebol americano (Super Bowl). Então já era tempo de eu escolher uma equipe para torcer. O futebol americano é bem legal e fácil entender o básico, mas a regra completa é muito complicada.
Pois bem, já estava me empanturrando de frango frito, vibrando com “touchdowns”, infiltrações, lançamentos do “quarterback”, me segurando para não levar a mão ao peito no hino americano. Ou seja, quase agindo como um “redneck”.
Eu escolhia um time para torcer por causa de qualquer detalhe e foi assim que pincei o Minnesota Vikings. Escolhi esse o time roxo, branco e ouro, porque tem um símbolo legal que remete a uma historia que gosto bastante. Para a fantasia de torcedor não bastava um balde de frango frito e um comportamento importado, era urgente um figurino adequado. Adquiri boné e camiseta da distante equipe.
Os primeiros jogos foram decepcionantes. O time era um saco de pancadas, eu me senti torcendo para a infrutífera Portuguesa de Desportos. Devia ser apenas uma fase ruim, isso também acontece com o Corinthians. Para afundar de vez meu entusiasmo inicial, fui verificar o histórico do Vikings. Constatei que era apenas um time com um escudo legal.
A franquia tem um passado OK e, algum dia, será vencedor, mas quando eu for escolher um time para torcer, vou antes examinar o desempenho, dessa maneira sortearei algo como o New Engjand Patriots. Aí encherei a pança de frango frito e hambúrguer. Decidi acabar de vez com aquela farsa: doei o boné para o meu sobrinho e fiquei com uma camiseta de estampa legal.
Eu não conseguia enganar nem a mim. Não se escolhe para quem torcer, isso é coisa de gente que torce para um time em cada estado. Como nasci corintiano, no Rio Grande do Sul torço para o Corinthians; no Rio de Janeiro sou corintiano; na Argentina, no Japão etc, não importa onde. Esse tipo de coisa não se escolhe.
Como não tinha a quem recorrer, disfarçadamente abandonei aquela palhaçada e, conformado com a pecha de “maloqueiro e sofredor” e sabendo que não iria além do Parque São Jorge, nascido corintiano, fiquei somente com o sofrimento genuíno.