ABRAÇO DE MÃE
Prof. Antônio de Oliveira
Dia 22 de maio é Dia do Abraço. Tudo a ver com a comemoração do Dia das Mães. De propósito ou não, a proximidade dessas duas comemorações as torna gêmeas. A gente abraça o feminino, a imensidão, a porção mulher, a concha, o conchego, o mar, o firmamento, a nuvem. Abraça a mãe, na união de dois corpos na altura do coração. Abraço de mãe é uma volta ao colo, ao claustro, ao útero; ventre materno, ninho, lar inicial, espaço recôndito e silencioso.
Solo fértil onde foi depositada uma semente. A futura mãe a cultivou, seu corpo gestou outro corpo, deu à luz. Tornou-se mãe. Passaram a compartilhar vidas. Uma que inicia a jornada de viver, criatura criança, criança criatura, fadada a viver largos anos de longa jornada; outra, a mãe, futura avó, bisavó... Ansiamos vida sem máscara. Pensamos naquelas mães que se foram, vítimas da pandemia, das guerras fratricidas, de agressões à natureza. Mas veja lá, a natureza é como Gringo. Não perdoa... Des(mata).
Assumir a missão de gerar e educar consome a mulher. Filhos, a gente os cria para o mundo, para que eles tracem o próprio rumo, sigam o seu destino, façam suas escolhas, superem frustrações, aceitem o inevitável. Assumam os próprios erros e deles se desvencilhem como quem cai e se levanta. Aliás, cada queda, cada perda, cada crise é uma lição de vida. Todo acidente, seja de que natureza for, um tropeção, um copo de vidro que faz plof, deve ser visto como sinal de alerta. Monitorar, praticamente sozinha, conforme o caso, a vida inteira de toda a família exigiria um esforço hercúleo.
Amar é um processo permanente de libertação e de doação. Ser penhora e não senhora, na concordância e na divergência, nas horas alegres e nas horas tristes, no sucesso e no fracasso, no abraço filial e reconfortante no Dia das Mães. Mães, parabéns! Mães no Além, saudades!