DOMINADOS PELO PARADOXO

Lá pelos idos dos anos sessenta, quando se ia ao cinema, ao apagar das luzes do ambiente para início da projeção, aos fundos em letras vermelhas luzentes, via-se a inscrição: “proibido fumar”. Mais tarde, se descobriu que aquela frase motivava aos frequentadores a que fumassem – diz-se: era uma reação ao psicológico. Posso dizer que quando as escolhas são paradoxais, em alguns casos, pode até ser uma questão psicológica – porém, pode ser também “sandice”. Diz-se do remédio: quando é ruim, é porque faz bem. Dizem mais: “o proibido é sempre atrativo e bom”, ou pode ser uma tentação para cometimento do que é errado, pecaminoso, destrutivo, maligno. Faz parte da natureza humana? Verdade? Dizer que o ser humano é sempre insatisfeito com o que é, com o que tem, consigo mesmo, pode ser verdade. Afirmava Martinho Lutero: “Lute contra si mesmo! Seu pior inimigo é você mesmo, pois você fornece a Satanás as armas contra si mesmo.” Pergunto: o que havia de errado com a questão da sexualidade humana que, na pós-modernidade se aceitou com passividade. É bem verdade que a mídia marrom apregoou por décadas conceitos tortuosos da moralidade, tornando-se senso comum a criação de variantes de comportamento sexual além do ser, macho ou fêmea. É como se a vida devesse ser decidida de acordo com a vontade de cada um. Nesse caso, diz C.S. Lewis: “O poder do homem para fazer de si mesmo o que bem quiser, significa o poder de alguns homens para fazer dos outros o que bem quiser.” Concordo com todas as letras no que afirmara C.S. Lewis, por quais razões por séculos a humanidade viveu dentro dos princípios pelos quais Deus estabeleceu a família? Era uma só forma de reprodução da espécie humana, numa relação macho e fêmea numa contribuição com o projeto de Deus para povoar a terra. Num repente, surgem ideias tão paradoxais, ao ponto de transformar a moral em imoralidade, como sendo a nova moralidade. Ora, se a ciência quando vê um desafio sobre quaisquer anormalidades, tão logo se apresenta para estudar a fundo, com a finalidade do bem comum, porque não nesses casos comportamentais de macho agir como fêmea e, fêmea agir como macho e vice versa, versa vice, numa perda total de identidade. Grupos se formam, não com a finalidade de trabalhar as diferenças e anomalias por exigirem maior atenção? Melhor do que servir como ponte para desviar o que a própria natureza determinou, ou seja, aquele que fez a criatura à sua imagem e à sua semelhança. Para onde foi deixada essa imagem, e a quem fora dada outra semelhança? O próprio Deus, ao concluir a obra de sua criação, exclamou ante a sua grandeza: “...foi muito bom.” Diz a palavra: “Então Deus completou toda a sua criação, e eis que tudo era muito bom.” (Bíblia King James atualizada). Muitos humanos esquecem que foram criados para a glória do Criador, por isso, com qualidades eternas. E por ser livre nas suas escolhas, o homem tonou-se senhor de si mesmo em face ao pecado da desobediência. No entanto, por seu grande amor à sua criatura principal, “O Filho de Deus tornou-se homem, para possibilitar que os homens se tornem FILHOS DE DEUS.” (C.S. Lewis) “Deus criou tudo o que existe com um propósito definido, até mesmo os ímpios para o dia do castigo.” (Prov.16.4). Se, portanto, dominados pelo paradoxo, pode ser até compreendido como liberdade de escolha – cada um escolhe o seu caminho, porém, no dia do juízo terá que dar contas do que fez, enquanto no plano temporal. Diz a palavra: “Ele fez tudo ao seu tempo. Também colocou no coração do homem o desejo profundo pela eternidade; contudo, o ser humano não consegue perceber completamente o que Deus realizou” (Eclesiastes 3.11). Por tais razões, vivemos em dias distorcidos da vontade do Criador – homens maus distorcem a verdade, cristãos inseguros de si mesmos, por não conhecerem a palavra, negociam a sua fé, se corrompem por interesses pessoais. Da mesma forma elegem homens sem caráter, corrompem Juízes que vendem sentença, roubam na balança com a finalidade de aumentar os lucros. Enfim, setores de toda a sociedade dominados pelo contrário do bem, tem feito da mentira verdade; tem feito da justiça a injustiça, e assim vai. Quisera dizer aos dominados pelo paradoxo, palavras de grandeza e de esperança: faça a coisa certa! Deem glórias ao Criador, sejam seus adoradores, fujam dos maus costumes, digam sempre a verdade. “A menos que você perdoe o seu próximo, estará lendo a sua própria sentença de morte ao orar o Pai Nosso”. Se puderes, ore! “Quão numerosas são as tuas criaturas, ó Senhor! Fizeste-as todas com perfeita sabedoria. A terra está repleta de tuas criaturas.” (Salmo 104.24) Amém!