CADÊ A CHUVA, NOROESTE?
Cadê a chuva, Noroeste?
Por Sandra Fayad
Em maio já é chuva temporona no Distrito Federal. Uma chuvinha no começo do mês é motivo para comemorações. Depois, só Deus sabe quando virá outra. No dia 06 de maio choveu... em quase toda a Unidade da Federação, exceto nas últimas oito Quadras das Asa Norte. Mas não era assim. Essas eram as Quadras mais privilegiadas com as águas bem vindas das nuvens escuras que pousavam com generosidade sobre esta área.
Os telhadas das casas, as marquizes dos prédios, as copas das árvores, as ruas, a fiação elétrica, os veículos estacionados – tudo era lavado – e o ar ficava puro, fresco, permitindo a nós, humanos, e aos animais respirarmos melhor.
Mas há cerca uma década, “Governo e empresariado” acertaram que seria construído um Bairro nobre, entre o Parque Nacional de Brasília e a metade final da Asa Norte. Houve muitos protestos, por motivos variados. Como a decisão é representativa de segmentos das sociedade, onde não é possível atribuir responsabilidade individual,venceu o “interesse pariticular, e veio o desmatamento da vegatação nativa e a construção de prédios e jardins artificiais, ruas asfaltadas e tudo o que é condição urbana tradicional. Sempre que alguém como eu protesta, o contra argumento é um refrão repetido milhares de vezee que o bairro criado (Noroeste), “é ecologicamente correto”. Tenho visitado esse vizinho à procura das árvores nativas, dos terrenos preservados, dos pássaros, lagartixas, borboletas e até das pedras originais. Não há nada visível. Será que estão guardados em um parque subterrãneo, oculto dos meus olhos curiosos? Ou foram transportados para o alto dos lindos prédios, com o m² mais caro do DF? Custa-me crer que tenham sido soterrados junto com a umidade que tantos benefícios traziam a várias Quadra do final da Asa Norte.
Submeto este texto à apreciação dos meus leitores.
Brasília, 06 de maio de 2022