Ouvi a notícia, e assisti pelo jornal da televisão, na noite de ontem, cenas deprimentes de selvagem violência. Um sujeito, investido do espírito de gladiador romano, massacrava outro, seu vizinho, fazia da garagem de seu edifício um coliseu romano, pelo simples fato do agredido lhe haver solicitado para retirar o veículo que estava ocupando a sua vaga de estacionamento e impedindo-o de estacionar o seu carro.

     A raiva do agressor era muita, não era raiva de humano, não, não era; parecia um cachorro pit bull enfurecido que tentava mostrar ao agredido e a quantos presenciavam a selvagem cena, o quanto ele estava incomodado com o fato de seu vizinho lhe haver reivindicado que cumprisse as regras condominiais, as regras sociais e de boa convivência. Reivindicava o agredido o direito de estacionar seu carro na vaga que de direito lhe pertence.

     Resultado! O agredido foi levado para um hospital onde ficou internado, segundo a mídia, em estado muito grave.

     Ouvimos, cotidianamente, falar em amor; principalmente nas redes sociais. As religiões sempre estão a pregar o amor ao próximo. Mas amor! Amor é coisa séria! Amar não é tão fácil assim, não sejam hipócritas, não sejam demagógicos. O Amor não é tão vulgar, amor é uma coisa muito séria. O amor pressupõe, por vezes, a renúncia de si próprio.

    Quem sabe o próprio agressor, o insensato e inconsciente gladiador romano também não defende o amor nas redes sociais... ou na sua igreja?

     Melhor seria não vulgarizar a palavra amor. Poderíamos ser menos presunçosos, nós não temos capacidade para amar.  Poderíamos ser mais reais e, portanto, ao invés de pregarmos o amor cobrassemos de maneira intransigente e intolerente o respeito às simples regras de convivência. Não esqueçamos do amor, porém, acima de tudo e antes de tudo sejamos éticos. O amor ficará eternamente agradecido.

     Porém se alguém resolver amar ao outro como Jesus Cristo nos amou, que fique à vontade, o amor será sempre bem-vindo.

 

Luís Bacelar Vidal