ALGUNS APRENDEM CEDO
Uma crônica, normalmente, leva algumas horas para ser escrita. Demanda concentração, alinhamento de ideias, criatividade, conhecimento, talento e uma série de outros pequenos detalhes de muito valor e expressividade. Não brota subitamente, é talhada, lapidada, exige do seu autor fluxos constante de reflexão sobre a matéria a ser destacada, pausas com o fito de ordenar os pensamentos etc .
Concordo, por óbvio, que alguns cronistas têm a extraordinária capacidade cognitiva e literária de escrever crônicas num quase piscar d'olhos, assim num vap vupt, à guisa de manteiga rapidamente derretendo no calor. Esses, no entanto, são os ungidos da área, podemos dizer dessa forma empírica, e aprendem desde cedo a desenvolver o talento nato além de ler bastante visando expandir seu vocabulário e solidificar a natureza do dom com o qual nasceu.
Mas nem todos gostam desse gênero literário, preferem ler mini textos, frases produzidas numa linha, mensagens que revelem o muito no compacto.
Respeito quem envereda por esse caminho, e provavelmente tenham seus motivos, não me cabe analisar gostos particulares. Porém, permitam-me imaginar que talvez tais leitores, porque ainda não se aventuraram pelas maravilhosas planícies dos bons e enlevantes textos longos ou de médio tamanho, tenham conceitos preconcebidos a respeito. Seria de bom alvitre, ouso sugerir, que leiam crônicas de vez em quando, deitem outros olhares no tocante a esse estilo. Podem terminar gostando e admirando.