VÍCIOS

Há algum tempo, um pouco antes da pandemia, adquiri por impulso uma quantidade considerável de livros num desses quiosques instalados em shopping.

Ao custo médio de Dez paus, não resisti e tal quem pede mais cervejas e tira gosto num boteco, extrapolei na quantidade. Deixei de beber mais umas geladas e de degustar um tanto de torresmo em prol da causa, faltaria grana. Livro também é algo que nos apetece, que nos embriaga, idem. Pois daquele montante, fui deixando um título específico para depois de outro, mais outro, até chegar nele.

Não havia valorizado a obra e fui adiando a sua leitura quando, finalmente, ávido por ler algo, me rendi às 420 páginas e a um título sem muito alarde, "Herança de Maria" de um autor que eu não fora até então apresentado, Domingos Pellegrini, muitas vezes premiado, li na orelha da publicação. Confesso, fiquei encantado.

Pano de fundo: golpe de 64 até ao período chamado de 'Abertura', contexto e história envolventes. Viajei e, como uma fita de cinema, vieram à minha mente fatos pelos quais vivenciei.

De um só gole e de uma só bocada, bebi e saboreei sem cerimônia. Tão bom como uma cerveja gelada e de um petisco suculento, só mesmo um livro com conteúdo que nos agrada.

Agora que terminei a leitura, fecharei a brochura, a colocarei na estante e, nesse mesmo instante, abrirei uma daquelas latinhas para brindar como se tivesse voltando de uma viagem sedento por algo a sorver.

Samuel De Leonardo (Tute)
Enviado por Samuel De Leonardo (Tute) em 29/04/2022
Reeditado em 29/04/2022
Código do texto: T7505929
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