DIÁRIO DE UMA PANDEMIA (Dia 13; Dia 14)

Dia 13

03 de maio de 2026

Meu amigo demorou para me atender, à porta de seu apartamento. Até parece que está ficando velho e com preguiça de levantar cedo.

Bem feito pra mim, que não avisei que estava chegando.

Realmente não sei o que ele pensou, pois percebi que me levou até o laboratório da universidade a contragosto. Creio que se eu não o tivesse acompanhado como co-orientador em sua pesquisa sobre doenças tropicais, quando ele esteve em Rondônia, ele não me teria acompanhado.

Não por mérito meu, mas sua tese ficou muito boa. Tanto que depois de publicá-la em dois livros fenomenais, que se tornaram referência para a medicina tropical, foi indicado para coordenação de pesquisa no programa de pós graduação da universidade.

Com a cara cansada, talvez de uma noite maldormida, ele me encheu de perguntas. Mas só disse que precisava ativar alguns elementos que estava estudando. Expliquei a ele que minha demora em Brasília seria curta. Precisava desses elementos ativos na manhã seguinte, pois pretendia mostrá-la a uns colegas chineses, da universidade de Pequim.

Como ele me conhece e me acha cheio de manias, aceitou minhas explicações. Ele me conhece bem para saber que não estou buscando o sucesso pessoal.

Saímos da universidade já era quase meio dia.

Mas não nos demoramos por conta do meu trabalho e sim porque ele se prolongou mostrando algumas das pesquisas que seus alunos estão realizando. Vários discutindo vírus e bactérias nocivas, presentes na floresta amazônica.

Outros tantos, com dificuldade de financiamento, pelo atual governo, que não vê relevância na pesquisa nem no avanço tecnológico do Brasil…

Mas, independente disso, realmente é empolgante a riqueza de vida, vibrando em nossa amazônia...

Nos despedimos.

Ele voltou para seu apartamento e eu fui para o hotel e estou esperando amanhecer para fazer um passeio pelas imediações do Palácio da Alvorada.

Dia 14

04 de maio de 2026

Como eu havia pensado, foi muito fácil entregar meu produto para que o presidente toupeira levasse para a China.

Na verdade nem percebeu que está sendo usado como mula (mula, apenas como meio de transporte e não em relação à capacidade mental, pois isso seria ofensivo ao animal)!

Eu o usei para fazer a entrega.

Mas ele já esta acostumado a ser usado pelos interesses de outros; daqueles que bancaram sua eleição. Seu desgoverno esta se pautando nisso: não faz pelo Brasil nem pelos brasileiros. Tudo que ele faz é para satisfazer a grupos econômicos e outros interesses inconfessáveis. Apoia e é apoiado pela planície, em seu avanço para a extrema!

Mas desta vez eu o estou obrigando a fazer o que eu quero!

Sem que ele saiba, é claro!!

Ele nem imagina que é a mula da vez!!!

E quando a minha mula entregar minha encomenda, o mundo vai conhecer a besta que alguns desmioladas elegeram para desgovernar o país.

Imagina um presidente assim: dizer em cadeia de televisão que prefere os cavalos que os seres humanos!

Imagina um presidente que compra jumentos que ficam pastando a grama em frente ao palácio, para não ter despesas com empresa de jardinagem!

Não são mais as emas, os animais a perambular nas proximidades do palácio. Hoje o simbolo do palácio não é mais a ema: é o jumento!

E o que é pior: que tem gente que o apoia numa empreitada dessas!