MAIS UMA CAMINHADA
MAIS UMA CAMINHADA
A visão do carmesim que desponta no horizonte, provoca um contraste com o pálido azul, no límpido céu que se alvoreia.
As ruas ainda vazias, um silêncio prazeroso, uma aragem amena, mais um dia de outono, ideal para a caminhada que se inicia.
Desço a Avenida do Povo, a esta hora sem povo, e vou caminhando pelo asfalto bem conservado, que contrasta com a buraqueira das calçadas.
Destino? Parque Municipal Jardim das Nações, situado próximo da região central de Taubaté. O parque abre as 06:00h. e quase ao chegar, passo pela rua lateral com uma fileira de lindos salgueiros chorões, e ainda desfruto do cheirinho da primeira fornada de pães da padaria da esquina, que está para abrir. A pista para caminhada é de 900m., circundando o parque, ladeada de verde. São sibipirunas, angicos, flamboyants, falsas seringueiras, paineiras, chapéus de sol, patas de vaca (agora em florada rósea e aroma divino), pinheiros liberando perfume, um pequeno bambual, palmeiras diversas, algumas espécies frutíferas (banana, pitanga, goiaba, ameixa, abacate) e um gramado virente. No local há ainda, quiosques para piqueniques, minicampo de futebol, quadra de vôlei e basquete, vôlei de areia, pista de skate e um pequeno lago central. A caminhada acontece com a sonoridade de bem-te-vis, sábias, pardais em sinfonia, corruíras, quero-quero e seus gritinhos, e algazarra de maritacas. Em suma, muita vida, numa hora em que muitos dormem.
Porém há uma coisa que me chama a atenção e que não consigo entender, embora respeite a opção. Bem em frente à entrada do parque há uma academia, toda fechada por paredes verdes e vidros fumê, que abre também as 06:00h. Lá dentro, creio, há aparelhos de musculação, bicicletas ergométricas, esteiras e outros afins, mas o que não entendo é que enquanto no parque há poucos frequentadores desfrutando, na academia há muitos, que “chegam de carro”, em suas vistosas roupas, para exercitar-se entre quatro paredes, sons estridentes e visão limitada. Enfim, há gostos para tudo.