15 de novembro, primeiro de abril
Ao apreciar trabalhos artísticos, ou até mesmo os mais voltados ao conhecimento tecno científico, percebemos que uns têm muito mais inspiração e outros mais transpiração.
Dentro dessa mesma ótica crítica, pertenço ao grupo exagerado em transpiração. Assim, dependo muito mais de garimpar matérias prima em livro, em sítios “googlianos”, ou sacar em saídas, viagens ou navegação virtual, alguma coisa que entenda de valor para compartilhar.
Agora, as saídas e as viagens ficaram muito mais raras e, então, minhas navegações virtuais diárias, apesar de rápidas, são as que, de fato, têm trazido algum retorno.
Navegações que me levam a número de portos bem limitado, um deles conhecido como “face book”, onde se sabe que, apesar de o número de “amigos” ser bem expressivo, os que são, pelo menos, conhecidos no viver real, nunca alcançam 15% daquele expressivo.
Um representante dessa minoria é atualmente biólogo e professor universitário, que pelos elogios recebidos, bem como por suas postagens, fica fácil a identificação de seu êxito nas duas atividades. Além disso, faz críticas mais do que merecidas à política fluminense e nacional.
Conheci – o bem jovem, quando residi no Rio, nos ambientes esportivos: Parque Brigadeiro Eduardo Gomes (Aterro do Flamengo) nas peladas de basquetebol: e ao assistir o time comum em seus treinos nas Laranjeiras e nas disputas, principalmente, no estádio Mário Filho (Maracanã).
Foi postagem desse insigne protagonista, o retorno da garimpagem.
A instigante postagem apresentava fotos de animais, com uma característica comum: camuflam-se com excelência. Presentes nesse colorido mural: coruja; lagartixa satânica – cauda de folha; bicho pau (que juras ser fino caule de arbusto); e um lagarto barão
Abaixo desse mural, bem típico da didática de professor, os dizeres: “no dia da mentira, os "caras" que enganam muito bem!!!
Como toda postagem inteligente, acaba provocando comentário correspondente, saquei que ali, polida por um dos comentários, estava pedra de valor, resultado de garimpagem e entendida como interessante para compartilhar.
Copiei o comentário, colei na pasta “material para crônicas” e encerro esse “causo” com sua transcrição.
Como um tipo de doença transmitida pelos animais aos homens, em nosso caso epidêmica, tomou todos queles que, desde 1889, teriam o compromisso de transformar essas terras tupiniquins em República.
E, nossa gente, foi contagiada, adoeceu e tornou-se dependente do relacionamento doentio com seus governantes, relacionamento reconhecido e denominado pelos estudiosos de política como populismo.
Relacionamento que, pela dependência, constrói mitos: salvadores da pátria, pai dos pobres, caçadores de marajás...
Relacionamento em que, num estado passional, quase de delírio, impede reconhecer a realidade em barro de que são feitas essas "criações de dali", muito mais que surreais. Essa dependência, por outro lado, gera espécie de rebanho, que se imbui de poderes papais e canonizam esses mitos.
Deveriam colocar biólogos vanguardistas na política, para com catálogo farto de fotos, discursos e fatos, semelhante ao, colorido mural oportunamente postado, quem sabe, pelo menos, conscientizasse, de que somos sociedade doente, politicamente, dependente de relação passional com quem mais engana, e nem tão bem como alguns exemplares de o reino dito animal: no Rio tivemos "chaguismo"; "brizolismo" "cabralismo"; em São Paulo: "ademarismo"; "malufismo"; no Pará, "baratismo"; "barbalhismo"; e no âmbito nacional: "getulismo"; "janismo"; "brizolismo"; "lulismo"; e num destaque "franksteiniano", o "bolsonarismo".
O que esperar de futuro de dependente? Que esperar de futuro de república, quase abortada em 1889 e, até hoje em incubadora respirando com ajuda de ventilador pulmonar? Que esperar dessa política rasteira, minúscula, que reedita a tragédia de 2018 e constrói como alternativas, uma polaridade entre duas tragédias populistas? O que esperar se a escolha tem que ser mito, pois, abstinência a esse relacionamento, a perda desse estado de delírio, seria insuportável?
15 de novembro de 1889, proclamação da república. Enfim, implantação da república! Primeiro de abril de 2022.
ENDEREÇOS RELACIONADOS
SIGNIFICADO DE REPÚBLICA
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