VIDAS IDOSAS SEMPRE IMPORTAM
O movimento Vidas Idosas Importam agraciou-me com o diploma de Embaixador do Ano da Gerontologia. Explico, antes que me perguntem, e em poucas palavras, o que vem ser Gerontologia. Basta consultar o Google, que te conduz imediatamente ao Wikipedia. E lá está escrito o que segue:
“A Gerontologia é o campo de estudos que investiga as experiências de velhice e envelhecimento em diferentes contextos socioculturais e históricos, abrangendo aspectos do envelhecimento normal e patológico. Investiga o potencial de desenvolvimento humano associado ao curso de vida e ao processo de envelhecimento. Caracteriza-se como um campo de estudos multidisciplinar, recebendo contribuições metodológicas e conceituais da biologia, psicologia, ciências sociais e de disciplinas como a biodemografia, neuropsicologia, história, filosofia, direito, enfermagem, psicologia educacional, psicologia clínica e medicina”.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dos 210 milhões brasileiros, 37,7 milhões são pessoas idosas, ou seja, que têm 60 anos ou mais. Os dados são de 01 de outubro de 2021, Dia Nacional do Idoso, e fazem parte de uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que traz também outras estatísticas: 18,5% dessa população ainda trabalha e 75% dela contribuem para a renda de onde moram.
Os direitos dos idosos estão garantidos na Constituição Federal que, em seu Artigo 230, define que família, sociedade e Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas. Além de amparar, assegurar a sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, promovendo seu bem-estar e garantindo o direito à vida. Esses direitos estão registrados no Estatuto do Idoso, publicado em 2003.
Baseados apenas nesses registros oficiais da legislação parece que está tudo bem. Os idosos estão protegidos e não têm nada a temer. A vida do idoso seria um mar de tranquilidade se não estivéssemos no Brasil, um país onde as diferenças sociais atingem seus limites facilmente. E o que temos assistido diariamente são idosos sendo destratados e sequer ouvidas suas demandas, muito menos atendidas naquilo descrito sucintamente na legislação.
Muitos não têm onde morar ou habitam quartos sem condições sanitários, nos fundos das casas de seus parentes. Outros são destratados em locais públicos, e até mesmo seus familiares não têm a mínima paciência para a atenção ao idoso. As tristezas e amarguras dos idosos estão, muitas vezes, estampadas em seus rostos, em suas rugas, em suas doenças, muitas delas decorrentes simplesmente de um quadro depressivo.
Felizmente não é meu caso. Tenho saúde, companhia de uma pessoa amada, carinho de uma filha e dois netos, uma aposentadoria e muita disposição. Por isso me coloco à disposição da causa, como ativista através daquilo que faço melhor: escrever, contar causos, conversar com pessoas ou grupos de pessoas, fazendo da escuta tanto uma provocação quanto uma atenção especial a quem precisa de usar a voz.
Estamos na causa: VIDAS IDOSAS IMPORTAM.