"O horror, o horror"
Aluu! Inuugujaq meus caros 23 fiéis leitores e demais 36 que de quando em vez aparecem aqui pelo meu banheiro literário a fim ler crônicas horrorosas. Ajunngilla?
Tuzes sabem qual é o verdadeiro horror? Não, não é aquela batida e manjada referência ao romance Coração das Trevas, de Conrad, mas sim uma alusão a uma antiga canção de Eduardo Dussek: "Cantando no banheiro, berrando no chuveiro (...) Papai bate na porta, a maçaneta entorta, eu não abro Mamãe diz que tá morta de vontade Não importa, eu não abro Não adianta ninguém da família pedir pra entrar Pois não pretendo nenhum dos meu hábitos modificar A minha irmã diz que tá apertada, fica falando que tá por um triz O que é que eu faço se é no banheiro que eu me sinto feliz?"
Pois é, meus caros 23 e 36, o horror é tu chegar na tua casa, que possui apenas um WC, apertado dos números 1, 2 e 3, e constatar que a tua nora grávida recém entrou nele. Gente, isso é que é o verdadeiro horror. "O horror, o horror". A Marcella parece que adivinha a hora que a gente mais precisa para exercitar seu sadismo fisiológico, valendo-se da sua condição de gestante do Baca Neto. Ela vai lá, leva tempo no 1, 2 e, quiçá, 3 e depois ainda inicia um banho deeeeeeemooooooraaaaadooooo... O que fazer? Improvisar, pelo menos com o número 1.
Dá pra ir pra rua, encontrar um canto escondido de dia ou escuro de noite e mandar ver. É uma opção, mas o problema é que o pátio da casa vai começar a ficar com um cheiro forte de 1, eis que o 1 humano vai se juntar com o 1 felino e 1 o canino, leia-se Meganha e Blackfire. O que eu faço, então, no aperto? Uso a criatividade e improviso numa garrafa pet, depois tampo e escondo. Quando libera o WC, levo-a sorrateiramente pra lá e despejo. O número 1, o mais difícil de segurar por ser líquido, está solucionado. Mas e o número 2?
O número 2, não sendo desarranjo ou diarreia, dá pra segurar, né. O problema todo é se tem um número 3 premente na fila, aí a coisa complica, visto que o número 3, como vem depois do número 2, pode empurrá-lo pra fora num momento inoportuno ao tentar sair. Essa junção direta de sólido com gasoso é sempre desastrosa. Tu podes pegar um pinico, mas isso fica difícil de fazer em casa sem altos constrangimentos e vexames devido a odores e rumores. Uma alternativa é buscar o mesmo cantinho na rua, mas daí o Meganha vai pensar "Como esse humano vai enterrar isso?" e o Blackfire "Será que ele mesmo vai catar ou vai sobrar pra mim?". Sem contar que se acontece de um vizinho passar e ver seria a suprema vergonha e humilhação.
Então o negócio é segurar o 2 e o 3 como se fossem apenados perigosos encarcerados na penitenciária intestinal. Não há jeito, visto que bater na porta também não adianta, pois a Marcella sempre usará o Baca Neto como álibi a fim de usufruir de tempo ilimitado para suas fisiologias. Vida de sogro é dose, ou melhor, é um horror.
Qujanaq por terem dado uma passadinha por aqui hoje. Takuss"!
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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.
MAIS TEXTOS em:
http://charkycity.blogspot.com
(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina
Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".)
CARTA ABERTA aos meus caros 23 fieis leitores:
https://www.recantodasletras.com.br/cartas/3403862
GLOSSÁRIO KALAALLISUT:
Aluu - Olá.
Iterluarit kumoorn - bom dia.
Inuugujaq - Boa tarde.
Ajuungila - Como estão?
Qujanaq - Obrigado.
Takuss' - Até mais.
Antônio Rollim Fernando de Braga Bacamarte