JULGANDO JULGADORES

JULGANDO JULGADORES

22abr22

Às favas as vênias, é preciso ter fim toda a insegurança jurídica em que nos meteram. A liberdade requer regras que nos deem os parâmetros de condutas individuais para o bem comum.

Vivemos hoje sobre vontades individuais e interpretações casuísticas que se alternam a cada momento ao bel prazer daqueles que se põe como semideuses e se cultuam entre si, em um Olimpo próprio. Anjos do mal que leem às mal traçadas linhas de uma carta magna criada nos meandros da escuridão de palácios nefastos, com óticas próprias e míopes que têm foco restrito à circunferência de seus próprios narizes e as justificam usando o rebuscado linguajar daqueles que usam os vocábulos para se fazer desentender.

Justiça que além de cega ficou louca por aqueles que a usam e interpretam sem pudor ou respeito. Justiça capaz de liberar assassinos de crianças, estupradores, traficantes, ladrões, corruptos e assemelhados se apegando as filigranas do texto e de suas vírgulas e, quando não as leem as inventam, visando assegurar aos seus agentes a segurança de que o crime compensa.

Triste nação de alguns Quixotes muitas vezes sem os seus Sanchos Panças que pelo desespero dos desperançados brandem lanças a esmo buscando atacar moinhos de vento que se movem por ventos próprios.

Triste nação onde a desinformação é mais rentosa do que a demonstração da verdade nua e crua. Desinformação que cria uma população acéfala e ignorante que aponta seu polegar para baixo quando lhes pedem para escolher se o gladiador será sacrificado ou não, sem a consciência de que ela é o gladiador.

População que dentre os quinhentos e tantos representantes dela própria só escolhe 27 e todos os outros vêm de uma legislação eleitoral que visa preservar o status quo da inequidade legislativa.

Justiça de finita instancia onde cérebros podres contaminam, estragam e degeneram aqueles que lá chegam como homens da fé. Diga-me com quem andas e direi quem és, se és capaz de tecer elogios em editoriais desmerecidos em obras jurídicas que mais se assemelham as obras fisiológicas. A traição sempre apunhala pelas costas de maneira vil e perversa nos momentos em que mais se espera de seu autor e serve apenas como ingresso para o circo onde se tornará mais um palhaço.

Não se toca em onça com vara curta. Onças somos todos nós encurralados e tangidos nesta selva de pedras.

Está próximo o dia que dos cantos das matas e campos um grito se ouvira: SELVA!

Geraldo Cerqueira

Geraldo Cerqueira
Enviado por Geraldo Cerqueira em 23/04/2022
Código do texto: T7501471
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