UM ENCONTRO INUSITADO

Estando em Lisboa eis que vou ao Parque Eduardo VII para, do alto da colina, contemplar as belezas da velha cidade. Como de praxe fotografei minha esposa, em várias poses, tendo sempre um belo cenário coadjuvante. Quando chegou a vez dela me fotografar, pude notar que ela mirava a câmera mas, logo em seguida, antes mesmo de concluir a foto, descia as mãos e me contemplava sorrindo como se estivesse a ver algo engraçado por cima dos meus ombros. Apesar de sorrir, estranhei àquela atitude e me virei para ver o que poderia tê-la feito mudar o foco da foto. Para minha surpresa, no mesmo instante, flagrei um amigo potiguar que corria na minha direção na tentativa de

me surpreender. Depois de darmos boas risadas, ele, acompanhado de uma sua cunhada, mãe de uma jovem colega da minha filha caçula, informou que estavam fazendo escala de 5 horas em Lisboa, para embarcar para Roma. Nada disso havia sido combinado conosco. Na verdade, a única coisa que sabíamos era que deveríamos nos encontrar alguns dias depois na Holanda, onde as meninas cumpriam curso de especialização, em arquitetura, pelo Programa Ciências Sem Fronteiras, apoiado pelo governo brasileiro daquela época. Assim mesmo valeu muito a pena nosso encontro inusitado.