Empolgação de um fim de domingo no Castelão

O domingo tinha acabado de começar, era manhã, cedo demais para fazer alguma coisa além de se levantar e se preparar para o que vinha pela frente. Tomar café não, comer umas frutas sim. Na hora do almoço está com a mãe e irmã. Voltar para casa e descansar um pouco, enquanto aguarda o momento de sair para o palco do espetáculo.

Está dentro do ônibus quase três antes da partida, a caminho de mais emoção. O clima parecia bem tranquilo, só foi quebrado o silêncio, quando o motorista parou perto de um carro da PM e relatou que essa mesma condução que eu estava fora assaltada momentos antes por pessoas armadas com faca. Fiquei preocupado sim, mas pelo menos o nosso condutor já não pararia mais no local que tinha acontecido o roubo. Foi se aproximando do estádio e a visão daquela praça esportiva me enchia de alegria e motivação, muitos alvinegros. Um mar de preto e branco pela frente. A tradicional concentração na Arena Goiabão e no posto de gasolina estavam intensas.

Segui gravando vídeos, tirando fotos e conversando com pessoas que conhecia. Apesar de ter ido sozinho, me sentia acompanhado pela massa do meu time de coração: Ceará Sporting Club. E lá fui eu, entrar para acompanhar o esquenta. A festa estava montada. E lá cantando uma loira, que eu já conhecia fazia muitos anos de outro lugar. Via ela passando pelo calçadão onde trabalho. E ver ela cantando me deixou feliz, pois vi um rosto conhecido. Eu estava ali com minha carteira de sócio Vozão: Time do Povo. A mais em conta categoria de sócios torcedores do meu clube. R$ 14,00 reais por mês e ver um jogo na Inferior Sul, bem popular me dá uma sensação estranha. Sempre via os jogos na inferior central, no meio do campo.

Agora poderia ver quase atrás do gol. E por sorte o meu time atacou para o lado que eu estava. Até vi um gol de cabeça de Lima, num cruzamento de Pacheco, mas o arbitro anulou o gol, seguindo a bandeira que disse que a bola havia saído. Mas não saiu. No fim o placar de 3 x 1, foi o que menos importou.

A festa que a torcida faz sem parar é impressionante. Nem o hino nacional a galera consegue acompanhar. Eu sou meio tradicional e metódico e gosto de viver um pouco regras, me faz mais organizado. Porém numa praça esportiva o que menos existe é isso. Silêncio, pode esquecer, o som é tocando música direto, só para quando o jogo começa. E o que as vezes irrita, um homem de meia idade como eu, é o som ter que dizer a cada substituição, cartão, acréscimo, o que acontece. Bem alto e estridente. Para mim poderia simplesmente botar a imagem na tela que bastaria. Mas enfim.

Para fechar, a noite um caos quando a partida acaba, muita gente querendo pegar sua condução para ir para casa, mas fica impossível para quem vai voltar de Uber, o preço vai lá para as alturas. Tentei até um Uber moto, mas nunca vinha. A minha sorte foi que tinha dois rapazes querendo pegar também um táxi e eles iriam para o Centro, e um senhor iria para o bairro Joaquim Távora e eu dar um rolê no Benfica. Se juntamos e ficou R$ 20,00 reais para cada um. Ainda voltamos resenhando sobre a partida. Foi uma aventura e tanto, que para mim terminou, tomando umas na Gentilândia, e depois chegando de madrugada meio 'alto' em casa.

Carlos Emanuel
Enviado por Carlos Emanuel em 19/04/2022
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