VAIDADE X TEMPO

A vaidade é definida como aquilo que é vão, vazio, firmado sobre aparência ilusória. Numa definição mais ampla podemos dizer que a vaidade é uma valorização que se atribui à própria aparência, ou quaisquer outras qualidades físicas ou intelectuais, fundamentada no desejo de que tais qualidades sejam reconhecidas ou admiradas pelos outros.

Já fui um sujeito vaidoso, mas a vida e o tempo ensinam umas coisinhas e a gente muda. Quem não sabe se transformar atrasa o mundo. Como filho único tinha todas as atenções dos meus pais, que sempre me deram o melhor, dentro de suas possibilidades. Estudei em bons colégios e consegui me formar em um curso superior. Por onde andei nesta minha longa caminhada, assim como os problemas que tive (e ainda tenho) não importam.

No meu caso a tal vaidade era mais acentuada no próprio visual, nas vestimentas de grife, nos calçados, nos adornos (anéis e pulseirinhas de ouro usadas junto com o relógio de pulso), correntinhas de ouro no pescoço, óculos escuros de grife (bausch lomb autêntico) e, em menor escala, nos cortes de cabelo (quando os tinha).

Esse meu estilo durou por um certo tempo, mas nunca influiu no meu comportamento, no meu caráter e no relacionamento com as pessoas, independente do nível social.

Garanto a vocês que tive uma educação primorosa de meus pais, naquele tempo em que os pais não transferiam a educação de seus filhos para a escola. A escola não educa, ela ensina as matérias e prepara o aluno para exercer a cidadania.

Dito isto, vem a parte mais importante deste texto: de um bom tempo para cá tudo aquilo do qual me envaidecia não tem mais a menor importância. A vida sempre nos mostra o que vale e o que não vale a pena. Não é preciso muito para ser feliz e parece que quanto mais se tem, menos felicidade se tem. Não ligo mais para anéis, pulseirinhas e correntinhas de ouro, minhas roupas e meus calçados são simples e tenho apenas um terno que nunca uso. O único item do qual não abro mão é um óculos bausch lomb que pertenceu a meu querido pai e que mandei restaurar há alguns anos. Neste caso foi puramente pelo valor sentimental.

Mesmo sendo um cara quase sem nenhuma vaidade, não critico quem as tem desde que não sejam ofensivas ao próximo. Cada um faz o que quer da sua vida usufruindo do livre arbítrio que nos foi concedido.

Tenho certeza que viver sem alguma vaidade é quase impossível, mas procure afeiçoar-se àquelas que realmente possam lhe acrescentar algo. Fora isso, o resto é bobagem que, ao final, não te leva a lugar algum.

Arnaldo Agria Huss
Enviado por Arnaldo Agria Huss em 17/04/2022
Código do texto: T7497295
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