Voltando
DISSE, salvo engano, José Américo, que voltar é uma forma de renascer e ninguém se perde no caminho da volta. Bingo. No meu caso pessoal é atual essa volta tem tudo com voltar a andar. Sim, andar, passear, dar umas voltas no quarteirão amparado numa bengala que foi do meu sadoso pai. Se antes da pandemia, já andava a passos lentos, imaginem depois fo retiro forçado... Quase desaprendo a andar, fiquei quase me arrastando. Mas, Graças a Deus, estou voltando a andar, mesmo com dificuldade.
Nesta volta não abuso - nem poderia - foi apenas umas voltinhas com cuidado e usando a máscara mas com satisfação e obstinaçáo.
Enquanto ando lento amparado na bengala, sempre recordo o passado. Lembro o que dizia Potiguar Matos: O homem é tempo é saudade, o importante são as raízes, o que o segura é a memória. Sem esquecer Rubem Alves: A saudade é a nossa alma dizendo para onde ir. Devagarinho vou como quem passa as contas de um rosário desbulhando o meu passado, praticando um cascatear de lembranças. Vejo trailers, flashs, cenas... Mas sem deixar de olhar para o chão porque a calçada tem buracos e o Véio pode cair ss der bobeira.
Assim, neste sábado de Aleluia dei umas voltinhas. Adorei. Revivendo o passado. Atiçando a saudade que um cantador, António Pereira assim definiu:
"A saudade é um parafuso/ que quando na rosca cai/só entra se for torcendo/porque batendo não vai,/ mas quando enferruja dentro/ nem distorcendo sai".
Feluz Páscoa para todos. Inté.