RAÇA DE VÍBORAS
RAÇA DE VIBORAS
Norma Astréa Nunes Grünewald*
Penso que por trás de quase todas as mazelas do mundo estão as fomes de PODER e de DINHEIRO. Em busca deles há quem vilipendie, calunie, puxe tapetes, aja com soberba, roube, mate, aja egoisticamente e/ou se omita diante de verdades, contribuindo grandemente para o aparecimento de pessoas igualmente vis, que se juntam e orquestram a infelicidade dos que estão vários degraus abaixo. Normalmente são falsos, caras de pau e conseguem enganar muita gente.
Embora eu não seja uma pessoa religiosa, nesta crônica eu pretendo refletir, sucintamente, sobre aspectos religiosos dos países que integram o maior conflito mundial da atualidade e, também, os dos políticos brasileiros que se dizem religiosos.
Comecemos pela religião dos dois países que estão em guerra: Rússia e Ucrânia. Dados de 2006 indicam que 90% dos ucranianos se declaravam como cristãos ortodoxos. Na Rússia, dados de 2016 informam que de uma população de 142.800.000, a maioria (41%. Neste percentual está o tal de Vladimir Putin) se declarava como cristãos ortodoxos. Os restantes estavam divididos entre, muçulmanos (6,5%), cristãos não filiados a uma igreja (4,1%); e 1,5% eram adeptos de outras igrejas ortodoxas (incluindo a Ucraniana, a Georgiana, a Apostólica Arménia, entre outras).
Mas, afinal o que vem a ser essa tal de Igreja Ortodoxa? É aquela que se considera como a verdadeira igreja criada por Jesus Cristo. Eles não reconhecem o Papa como autoridade, não acreditam em purgatório, na virgindade de Maria após a concepção, e só exigem celibato dos bispos.
Em comum temos o Cristo!! Mas será que o Cristo deles está feliz com a iniciativa de seus adeptos invadirem, bombardearem, torturarem, estuprarem e/ou matarem os habitantes de um país vizinho? Duvido!! Não quero saber se os cristãos ucranianos também estão errados. Não foram eles que invadiram a Rússia, eles estão se defendendo, apenas.
Aportemos agora no Brasil. Como esse texto não é uma dissertação de mestrado ou tese de doutoramento, abordemos apenas os políticos do “Centrão”, porque eles, em sua maioria, também se declaram como cristãos. Creio que eles frequentam regularmente suas igrejas e estão convencidos de que irão para o céu, mas não pestanejam para se venderem, apoiam os maiores absurdos propostos pelos seus pares e autoridades maiores, em troca de abocanharem boas fatias do “orçamento secreto”, por exemplo. O grande negócio deles é PODER e DINHEIRO. Estou convencida de que todos escolheriam Barrabás, se estivessem entre os que foram consultados por Pilatos.
Em meu entender, para alguém ser considerado, de fato, um cristão, é preciso não apenas aceitar que Jesus é o filho de Deus, que morreu para nos salvar do pecado original. É preciso entender que Jesus não era apenas o Deus que fazia milagres ou falava por meio de parábolas, forçando os seus seguidores a interpretarem-nas. Jesus pregou o perdão, mas foi um revolucionário para época, quando esteve neste mundo. Jesus amou os pobres e andou em suas companhias, escolheu pessoas humildes para serem seus discípulos, não viu problema algum em se abaixar e lavar os pés de pessoas assim, teve coragem de fazer uma turba pensar e interromper o ato de apedrejamento de uma “prostituta”.... Ou seja, Jesus agia muito diferente da maioria dos seus “seguidores” atuais.
Não quero entrar no mérito partidário, pois você, meu leitor, é inteligente o suficiente para avaliar, sozinho, se Jesus se agradou de muitas propostas e atitudes de alguns políticos que se dizem cristãos e defensores da moralidade. Na verdade, eu adoraria que Jesus voltasse à Terra e surtasse de novo, do jeitinho que Ele fez (João 2.13-25) quando se aproximou do templo de Jerusalém, por ocasião da Páscoa.
Para quem não sabe, ao constatar que o pessoal tinha transformado o recinto em um local de vendas de animais (bois, carneiros, pombos que seriam usados como oferendas) e de câmbio (trocavam as moedas estrangeiras pelo “shekel”, que era a moeda hebreia), Ele pegou um chicote “expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas, e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio.”
Acho que mesmo que eu também tomasse umas chibatadas pelos muitos pecados que tenho, eu adoraria vê-Lo surrando os lombos de um monte de políticos, de gente que pensa que nós somos imbecis e não percebemos que tudo o que eles querem é PODER e DINHEIRO para viverem como nababos, enquanto o povo se lasca. Acho que eu O aplaudiria, se, simultaneamente, Ele bradasse: “Raça de víboras”!! “Raça de víboras”!!! “RAÇA DE VÍBORAS”!!!!