Uma janela para viver.
Olhos que escondem o tempo, por onde andas o teu... o meu... o destino que um dia foi nosso?
Procurei em muitos olhares, respostas - em outras janelas algumas palavras que revelasse o segredo que saciasse o desejo de você. Que me revelasse o caminho que por ti, percorrido foi.
Certamente, o anseio pelo teu calor, ainda cobra de minha alma a tua presença.
Hoje, as janelas que encontrei em outros olhos, só me levaram a lugares onde você não se encontrava. Tentei - juro pelas minhas incertezas que te busquei em outros leitos, em outras histórias e até mesmo em lembranças jamais esquecidas. Mas, tudo que encontrei, foi o jasmim que um dia senti em seu corpo e por mais que eu tente, a essência de teu perfume continua em notas que me levam a pensar... sobre o amor e sobre a morte que nos abraçou.
Onde lhe perdi?
Onde me perdi?
Onde nos perdemos?
Encontros e desencontros, são mistérios - perguntas que não me permite questionamentos...
Outrora, minhas indagações pareciam intimas em nossa paixão, e sua indelicadeza transformava a nossa vulgaridade em uma pintura nua e sem cores - em deslizes sem permissões. Permissões que adormeceram o homem entregue a um sonho teu - que definhou sentimentos - que sobreviveu de mentiras criadas por você e por mim - criadas para consertar o tempo, para enganar a cegueira que ronda meu espirito e que clama por sua existência.
Quem poderá entender, quando uma mulher encerra uma história...
Quando uma mulher emudece sem acenos...
Quem poderá entender, quando um homem se esconde em sonhos...
Quando um homem reluta em lutar...
Somos melodia sem notas - Somos uma canção sem respostas.
Acordar é viver.
Sonhar é morrer.
Encontrar uma nova janela que me leve aos teus olhos, é amar a pintura que eu mesmo criei - é voltar aos seios que jamais deixei, é viver respostas que não apagam o medo de não te encontrar.
Socorre-me...
Socorre-te...
Socorre-nos...
Apenas,
Ouse-te e me encontre em tua janela.