A LÁGRIMA

A LÁGRIMA

Era uma vez uma lágrima que habitava um coração magoado. As tempestades internas, provocadas pelo amor, agitavam aquele mar com ondas gigantescas. Temendo afogar-se naquele oceano, a lágrima resolveu sair dali e procurar refúgio em outro lugar. Escalou com dificuldade montanha acima e, quando encontrou uma janela, olhou o mundo exterior. O que viu assombrou-a. Os conflitos, inseguranças, doenças e guerras.

O que fazer? Pensou a lágrima.

Decisão difícil de ser tomada. Impulsiva, no entanto, deixou-se deslizar de volta ao coração, onde a tempestade, que a fizera sair, já havia passado. Ao chegar lá foi embalada pelas marolas, em que os vergalhões haviam-se transformado, sentindo o conforto da brisa fresca de um novo amor, acariciar sua face ainda úmida.

Gilda Porto
Enviado por Gilda Porto em 11/04/2022
Código do texto: T7492740
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