"PROTEÇÃO ANIMAL"
OBS: ESTE ARTIGO NÃO SE REFERE A TODAS AS ONGS CUIDADORAS DE ANIMAIS, MAS AS QUE EU TIVE O DESPRAZER DE CONHECER E AS QUAIS SOLICITEI AJUDA E FUI SOLENEMENTE IGNORADA
Uma vez comecei a contribuir com uma ONG de proteção aos animais. Todo mês eu fazia a minha contribuição religiosamente, achando que estava ajudando a salvar os bichinhos. Mas comecei a perceber que, não importava quantas vezes eu pedisse ajuda para resgatar animais, eles nunca tinham alguém disponível ou local para abrigá-los. Certa vez, ao pedir resgate para um cão que encontrei pelo caminho sendo devorado por uma bicheira nas costas, disseram que iriam resgatá-lo aquela noite mesmo. Ameaçava chover, e fui para casa tranquila depois de alimentá-lo, achando que poderia contar com a ajuda da tal ONG. Na manhã seguinte, no caminho para o trabalho (após uma tempestade que durou a noite toda) achei o cão morto, encharcado, no mesmo local onde eu o tinha deixado.
Em outra ocasião, ao fazer uma caminhada perto da minha casa, escutei um filhote chorando, e ao procurar de onde vinha o som, achei-o dentro do rio, em um banco de areia. Pedi ajuda mais uma vez, mas eles me disseram que não tinham ninguém para fazer Aquele tipo de resgate; sugeriram que eu mesma tentasse entrar no rio, ou que pagasse uma criança para fazê-lo. Acabei conseguindo ajuda com moradores do bairro, que ainda insinuaram que quem tinha jogado o cão ali, tinha sido eu.
Ainda uma terceira vez, ao encontrar um filhote abandonado, levei-o para a minha casa - embora não pudesse ficar com ele, pois tinha um Rotweiller naquela época que adoraria comê-lo no almoço - pedi ajuda mais uma vez. Claro, me deram um endereço de uma clínica veterinária e me disseram para ir até lá de taxi, porque eles infelizmente não tinham como fazer o transporte.
Naquele dia, parei de contribuir.
Hoje, bem próximo a minha casa, existe uma senhora (muito doente, quase cega, e que sofre ataques epiléticos e necessita de ambulância de vez em quando) em cuja casa existem mais de vinte cães, que ela mantém amarrados em cordas e correntes, deficientemente abrigados e alimentados, alguns doentes, todos eles estressados. De vez em quando, eles fogem para as ruas, derrubam latas de lixo em busca de comida, avançam nos moradores do bairro que estão passando, pois estão nervosos e famintos, e embora eu já tenha tentado ajuda com vários órgãos, como a COBEA, APA e várias ONGS famosinhas daqui de Petrópolis, e também alguns políticos que se dizem "protetores", a resposta é sempre a mesma: quando eles descobrem onde estão os cães, param de me responder ou me bloqueam nas redes sociais.
Há alguns dias descobri o motivo: são as próprias ONGS que deixam os cães lá; eu mesma vi. Meu marido tentou conversar com elas, e a desculpa delas, é que não havia outro lugar. Ainda disseram que planejavam construir um canil no terreno da nossa vizinha, cuja casa é alugada, e ela não tem autorização para tal, nem saúde para cuidar dos animais. Ouvi dizer que são mais de vinte cães e dezesseis gatos. De vez em quando, as ONGS chegam com um saco de ração e mais um cachorro. Já não conseguimos dormir bem à note, pois os cães latem e uivam, acorrentados ou amarrados, talvez sob a chuva ou sem comida suficiente. Imaginem, todos esses animais latindo e uivando perto da sua casa, e você, além de preocupado com a situação deles sem poder ajudar, precisando acordar cedo no dia seguinte para ir trabalhar.
Morro de pena, pois eles chegam aqui gordinhos, e em poucos dias, estão magros e tristes. Melhor deixá-los nas ruas. Mas é disso que as ONGS sobrevivem: da bondade e da ingenuidade das pessoas, que contribuem acreditando que estão ajudando os animais, quando, na maior parte do tempo, estão enchendo os bolsos de gente desonesta e cruel.
Acumular animais e dizer que os está protegendo virou uma forma lucrativa de se viver. O dinheiro cai na conta, as pessoas contribuem, pois a maioria delas não faz ideia do que realmente acontece nesses lugares. Falam tanto dos criadores de cães (é claro que existem os inescrupulosos), e fazem tantas propagandas para que se adote ao invés de comprar, mas eles mesmos fazem igual ou pior. Sempre tive cães comprados de canis de pessoas honestas, basta verificar a origem antes de comprar.
Outro dia, li uma postagem de uma ONG de Teresópolis que dizia: "É sério isso: mais de 50 cães estarão de volta às ruas, pois não temos mais como sustentá-los. Por favor, contribuam." Ok; abandonar um animal na rua é crime, e deve mesmo ser. Se eu abandonar um, posso ser presa. Mas eles podem abandonar cinquenta de uma vez? Melhor deixá-los nas ruas, alimentá-los por lá, providenciar castração e abrigos para eles em seus próprios locais, conscientizar as pessoas a não ter mais cães do que os que podem cuidar, ao invés de acumulá-los feito coisas em espaços confinados, com pouca água e comida, deixando-os estressados e desesperados!
Mas parece que proteger cachorros e gatos virou um negócio lucrativo. Lamento.