PADRE MARCELO
1968. Colégio São Vicente de Paulo - Irati PR
Aula de português com o saudoso padre Marcelo Mota Carneiro.
Lá fora a Irati dos anos sessenta, bocejava sonolenta ante o olhar da Santa e de suas ruas de paralelepípedos, emanava um silêncio morno com cheiro de jasmins.
Vez e outra, um cano de escape atrevia-se a macular aquela paz perfumada.
Numa das salas do "Farol amarelo", um dos mais conceituados professores paranaense nos acordava para as boas leituras, para as interpretações de textos e para a poesia.
Foi ouvindo aquela voz pausada analisando o sentido do poema de Raimundo Correa que um certo arrepio percorreu-me o corpo insinuando que eu deveria dedicar -me a ler, ler,ler...E, quem sabe? Um dia atrever-me a escrever.
Eu tinha 16 anos à época quando comecei a rabiscar e o faço até hoje, sempre com prazer que se renova.
Posso até não agradar, mas agrada-me a doce sensação de por nas linhas as minhas emoções e sentimentos.
Hoje, revendo meus arquivos, deparei-me com esta foto que deve ser de 2012, provavelmente.O local é a bucólica região de "Lajeadinho", zona rural de Irati.
As pombas sobre o telhado, as cores do fim do dia...
De repente uma lembrança daquele professor que marcou demais em minha vida e o poema que me fez sentir o gosto pelos versos, pelas metáforas, enfim...
Com vocês: AS POMBAS de RAIMUNDO CORREA
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
Das pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada.
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam
Os sonhos, um a um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais.
1968. Colégio São Vicente de Paulo - Irati PR
Aula de português com o saudoso padre Marcelo Mota Carneiro.
Lá fora a Irati dos anos sessenta, bocejava sonolenta ante o olhar da Santa e de suas ruas de paralelepípedos, emanava um silêncio morno com cheiro de jasmins.
Vez e outra, um cano de escape atrevia-se a macular aquela paz perfumada.
Numa das salas do "Farol amarelo", um dos mais conceituados professores paranaense nos acordava para as boas leituras, para as interpretações de textos e para a poesia.
Foi ouvindo aquela voz pausada analisando o sentido do poema de Raimundo Correa que um certo arrepio percorreu-me o corpo insinuando que eu deveria dedicar -me a ler, ler,ler...E, quem sabe? Um dia atrever-me a escrever.
Eu tinha 16 anos à época quando comecei a rabiscar e o faço até hoje, sempre com prazer que se renova.
Posso até não agradar, mas agrada-me a doce sensação de por nas linhas as minhas emoções e sentimentos.
Hoje, revendo meus arquivos, deparei-me com esta foto que deve ser de 2012, provavelmente.O local é a bucólica região de "Lajeadinho", zona rural de Irati.
As pombas sobre o telhado, as cores do fim do dia...
De repente uma lembrança daquele professor que marcou demais em minha vida e o poema que me fez sentir o gosto pelos versos, pelas metáforas, enfim...
Com vocês: AS POMBAS de RAIMUNDO CORREA
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
Das pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada.
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam
Os sonhos, um a um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais.