Hegemonia tricolor em noite chuvosa no Castelão
É um ano atípico na cidade de Fortaleza, muitas chuvas, torós homéricos, ruas alagadas e um frio de rachar o cearense, com o medidor beirando aos 23° nas madrugadas alencarinas. É no mesmo dia você ver o sol nascer, a chuva melar tudo e de tarde o sol ser de queimar a pele e deixar a pessoa vermelha. Nesse interim os torcedores se dirigiram a Arena Castelão, para ver o seu amado Leão do Pici, mais de 60 mil apaixonados pelo clube da garotada, ver um equipe que dá orgulho a qualquer homem, mulher, criança, idoso, casado, solteiro, macumbeiro, cristão, de assistir aos seus jogos. No comando o Vojvoda, que vai deixando uma marca sem precedentes na história do Fortaleza Esporte Clube e também na sua própria vida, como técnico emergente.
Do outro lado o Leão da Ilha do Retiro comandado por Gilmar Dal Pozzo. Queria repetir em 2022, o que fez em 2014 no mesmo palco de domingo que passou, contra o rival local. A Lampions League vem deixando sua marca com seu crescente apelo no Nordeste, dando vida a uma população as vezes tão esquecida e negada pelo resto do Brasil.
Até o apelido vem de homenagear a competição mais importante da Europa, fazer um parâmetro. Como foi o show do Aviões do Forró, no intervalo, da partida teve aquele jeitinho de Super Bowl. Não era nem um Keny West, nem Lady Gaga, mas era o nosso autêntico produto musical local.
Dentro de campo duas equipes sedentas de vencer. O Tricolor de Aço tinha mais volume no primeiro tempo, abriu o placar numa penalidade contestada pelos pernambucanos. Na etapa final a pressão foi toda dos visitantes que reclamaram muito de um suposto pênalti que poderia ter lhes colocado no jogo novamente. Até o apagão foi um acaso do destino, para vermos a linda festa da torcida iluminando uma noite chuvosa. O excesso de agua prendia a bola no meio do campo, arrastando o título para o lado de cá. Venceu o melhor, o time invicto, a garra de uma festa inesquecível.