ME FAÇA CARINHO, ME FAÇA CARINHO

“Me faça carinho, me faça carinho”

Vento Lusitano

Hoje, passando pela Praça Getúlio Vargas em minha cidade, ouvi uma voz que disse: “Troco um gibi do Tarzan, por um do Zorro”, virei para trás de forma instintiva e com prontidão respondi: “Troco! Mas deixa ver se já não li”. Para minha grata surpresa, era meu amigo de infância, Plínio, nos cumprimentamos rindo, e ele disse: - “Bons tempos aqueles das trocas de gibis no cinema antes de iniciar o filme. Infelizmente, esse tempo não volta mais”. Respondi: - “É verdade!

Fazia um bom tempo que não via o meu amigo, há alguns anos reside em outra cidade, não distante da minha, trabalha como jornalista, é um apaixonado pela escrita, ele estava em visita ao pai. Conversa vai, conversa vem, ele disse: - “Falando em cinema, você lembra aquela história do “ME FAÇA CARINHO, ME FAÇA CARINHO”?”. Eu já rindo, então lhe disse: - “Lembro sim! Rsrsr”. Acontece que em um determinado domingo de nossa adolescência, na sessão das 09h15min, no Cine Luz, o único cinema da cidade, estava totalmente lotado, era um filme com Gianni Morandi. Algumas fileiras a nossa frente estava o nosso amigo Gilson, juntamente com sua noiva Maria Helena. Gilson sempre foi uma pessoa muito engraçada, ele tinha um costume de falar muito rápido, falava tão rápido que muitas vezes chegava a repedir algumas palavras. Em determinado momento do filme, o artista principal Gianni Morandi, cantava a conhecidíssima música romântica “Non son degno di te”. Havia um clima muito romântico no cinema, era um silêncio total, no entanto, a música foi chegando ao seu final. Gilson que era um bom músico, um excelente guitarrista, estava por demais “entusiasmado e romântico” quando a música terminou e o cinema ficou por alguns milésimos de segundos em silêncio total, todos ouviram claramente quando Gilson, falando de forma rápida, muito rápida como era de costume, disse à sua noiva: “Me faça carinho, me faça carinho” (rsrsrs). Foi um só riso.

Para matar a curiosidade, o noivado de Gilson não prosperou, ele acabou casando com outra, com Maria Rita, uma pessoa muito simpática. Já tive a oportunidade de estar com Gilson em sua casa em uma roda de violão, e, para mexer com ele, peço para cantar a música “Maria Helena”. Ele, primeiro olha para ver se sua mulher está distante, e daí diz rápido e baixinho: “Só vou cantar só um pouquinho e baixinho, em vista “que pode dar problema familiar”... ( rsrsrs).

Bons tempos aqueles de cinemas. Em tempo: Em um dia frio e chuvoso como hoje aqui no Sul, certamente ler é uma boa escolha. - “Quem troca um Mandrake, por um Tex Willer?” rsrs.

Vento Lusitano
Enviado por Vento Lusitano em 01/04/2022
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