TEMPOS DE PÁSCOA. INFERNO.CONSCIÊNCIA. O PAPA.
Fé, “intra muros”, o espaço etéreo, construção defensiva ou expansão espiritual de necessidade de alguns; como a sede e a fome. Cada um com seu “logos”. Patrimônio inegociável, imaterial, solitário, com saciedade espiritual ou alicerçada no temor, o mais razoável sentimento humano. Atinge a realidade interior do acreditado. É sua sustentação de vida. Cada um com sua razão ou desrazão. Cada qual com a sua extensão, domínios possíveis da crença.
Não é falsa a afirmação do Papa, nem foi por ele desmentido sobre o inferno. O Vaticano, “protetor” de ficções, está aparelhado para tanto; posicionar-se. É histórico.
O inferno é aqui, com hiatos de oásis ou céus. Inferno ou céu para quem? Para o que se vive em consciência.
Há um céu para o agressor do Leste Europeu? Os agredidos vivem o quê? Inocentes agredidos.
É natural com assistência mundial, nas TVS, sepultarem-se entes queridos em parques que antes alegravam a inocência das crianças, por falta de sistema funerário digno? Isto é o inferno que um anjo caído, em repetência ditatorial de vontade, faz viver.
Disse o Papa que o qualificavam como revolucionário, à época, e acresceu: “ótimo, gostava de ser um revolucionário. “
Nada de surpresa em ser sincero com suas convicções pessoais. Direito maior de líderes espirituais.
Foi ao fundador do jornal italiano La Repubblica que Francisco fez a afirmação sobre as ficções. O Vaticano afirma que o encontro entre os dois não passou de um encontro privado e desmente qualquer citação daí extraída.
"O inferno não existe. O que existe é o desaparecimento de almas”; disse o Papa. Sim, nem Jesus, representante do Pai, afirmou existir ficção.
O desaparecimento das almas é o INFERNO. Alma é luz. Seu desaparecimento, trevas.
Essa uma das respostas polêmicas dadas pelo Papa Francisco numa entrevista a Eugenio Scalfari, um dos fundadores do jornal italiano La Repubblica, como historiográfico.
O que vivem todos que passam fome em razão de guerras e sede de água limpa e nem seus mortos podem enterrar? Não seria um inferno?
Foi interlocutor de Francisco, na oportunidade, embora ateu, Scalfari, conhecido por não utilizar gravadores nem tirar apontamentos. Não era a primeira vez que publica entrevistas com o Papa baseadas na memória de conversas entre os dois. Mas desta vez, a edição levantou polêmica.
O Vaticano negou todo o conteúdo das páginas do La Repubblica. Não é a primeira vez que um Papa nega a existência do Inferno, ainda que indiretamente. João Paulo ao L'Osservatore Romano, em 4 de Agosto de 1999, disse que "o inferno está a indicar, mais do que um lugar, a situação em que se vai encontrar quem de maneira livre e definitiva se afasta de Deus, fonte de vida e de alegria". Mais do que um lugar, note-se; ficcional, pois.
Ao mesmo jornalista falou o Papa em outra oportunidade: "Deus perdoa quem segue a própria consciência". Nenhum tribunal maior para expropriar ou admitir culpa que a própria consciência, pois está dentro de nós; o inferno ou céu são aqui. Estão na consciência.