quarto de hotel
Datilografando, seguia.. só.
Sempre gostou de artefatos antigos, não tinha celular, não possuía redes sociais,
sua rede social era a conversa olho no olho.. ou até dente por dente, como fora na ultima briga com ela.
A dor arrebentava o peito, se sentia egoísta e era muito orgulhoso, sabia que dessa vez a perderia mas isso não importava, não mais.
Lembrava do começo e de como foi simples, ele sempre a julgou mas por dentro, admirava aquele jeito livre de ser.. ela era tão bela.
Do bolso do paletó tirou seu relógio imaginando o que aquele ser que vivera tanto tempo a seu lado estaria a fazer "-Algo bobo, presumo" pensou e em seguida sentiu-se mal com a crítica espontânea.
Já eram passados 4 dias naquele quarto sujo de hotel e por dentro sabia que logo teria que procurar um lugar para viver, nunca acreditou em para sempre, mas desejou muito que com ela tivesse sido.
Tomou o último gole de seu whisky e impossibilitado de engolir uma gota de orgulho, pegou o jornal em busca sua nova morada.