Quando a chaleira ferve sem tampa, qualquer coisa pode cair dentro dela

Esse é um ditado popular no Afeganistão que encontrei em um livro famoso que não irei dizer o nome porque não tenho autorização da editora nem da autora. E se tivesse, não citaria porque não faço publicidade gratuitamente.

Pontuada essa observação, lembrei de tantas coisas que devemos manter fechadas.

Evite deixar a geladeira aberta. Quanto mais tempo fechada, menor será o choque na conta;

Para não passarmos vergonha devemos observar antes de sair de casa, se o zíper da calça está fechado;

A garrafa térmica só mantém o café quente se estiver fechada;

Presos devem ser mantidos em celas fechadas.

Perigo de invasão de nação inimiga? Fronteira fechada;

Cofres de grandes empresas (e pequenas também, por que não?) sempre fechados;

Lembrando que guarda-chuva só se abre em dias chuvosos. Dentro de casa, embora chova, fechado. Dá azar, diziam as vovós;

Quando não se tem dinheiro no banco, a conta deve ou é (às vezes contra vontade), fechada.

À noite, o casal deve fechar a porta do quarto evitando a entrada inesperada de pernilongos;

A empresa quando está mal das pernas (financeiramente), para evitar a visita de credores, deve ser fechada;

Açucareiros abertos é convite para visita de formigas. Portanto, fechados. Há não ser que você goste de formigas adocicadas;

Quem apregoa que sua vida é um livro aberto, há grande possiblidade que viveu de olhos fechados.

Quando alguém nos diz algo desagradável, para não magoar com palavras, ficamos de cara fechada;

Os templos religiosos, após as celebrações, são fechados;

Sem esquecer que quando dormimos, fechamos os olhos. E quando morremos, também. Com um detalhe: ainda fecham o caixão e logo a seguir, o túmulo.

Espero ter fechado esse escrito com chave de ou... - Vige santa! Quase escrevo uma bobagem.

P.S.: Atenção tradutora de ‘O Livreiro de Cabul’, a chaleira não ferve. Ferve o que está dentro dela. Não consegui ficar de boca fechada.