BARRACO EM HOLLYWOOD: O OSCAR
BARRACO EM HOLLYWOOD: O OSCAR
O OSCAR NÃO é um espetáculo civilizado como quer parecer ser. Violência justificada, doenças mentais, drogas, hostilidade, crueldade, selvageria, as personagens do mundo real e ficcional sempre mascaradas: sendo o que são e, principalmente o que não são. Estão lá, na entrega da estatueta dos melhores: melhor diretor, melhor ator, melhor atriz, melhor canção, melhor filme, melhor ator coadjuvante... Melhor tapa, melhor porrada, melhor melodrama, melhor simulação.
TODOS OS NARCISOS de Hollywood vestidos de gala: a festa começa, ternos e saias justas de grife. Lantejoulas, Black tie: collection fashions. Evento chique no ritmo do coração das trevas. Tudo e todos parecem civilizados. Por baixo da máscara de civilidade lá está manifestando-se a realidade. O ex-rapper Will Smith se escondia por trás da então modesta fama, na década de 80, sob a alcunha de “Fresh Prince”. Agora, príncipe dos atores, ganha o Oscar de melhor atuação.
O IMPULSO AGRESSIVO, a inteligência emocional inexistente no momento do rompante incoerente, estimulado pela gravata borboleta e o aplauso da plateia. Lá estava ele, Will Smith, o grande panaca ganhador do Oscar, melhor ator e ex-rapper, supostamente em defesa da mulher com queda capilar (alopecia). Chris Rock, um comediante, fez a graça sem graça para a galera que expectava, sentada nas poltronas do aplauso clap-clap.
O MUNDO DO espetáculo revelou-se ofensivo, virulento, rancoroso, peçonhento. Bastou uma rápida motivação, uma comparação da mulher Jada Smith, com a atriz Demi Moore no filme “Até O Limite Da Honra” (1997) em que a ela raspou o cabelo para interpretar a tenente Jordan O´Neil. Toda a civilidade do evento desmoronou. Smith dirigiu-se ao Chris deferindo-lhe um tapa no rosto do ator comediante que apresentava o evento. Se fosse Brad Pitti que tivesse feito a galhofa, Will Smith teria se recolhido no achar graça.
MAS, COMO CHRIS Rock é uma personagem menor do Olimpo hollywoodiano, lá se foi ele, o premiado Smith, cheio de si, bancando-se o valente lugar-tenente da mulher supostamente ofendida com a pilhéria gaiata, mas sem graça, do outro comediante. De repente, não mais que de repente, o glamour do evento mostrou-se como é: uma reunião de astros e estrelas que, bastou uma leve provocação, e lá estavam eles mostrando-se os brucutus de uma realidade ficcional violenta: a entrega do Oscar rito de Hollywood.
SMITH NÃO PODERIA ter defendido a esposa de uma maneira mais civilizada??? Sim, com certeza. Mas estaria ele tendo um comportamento para além dos limites da empáfia hollywoodiana subentendida na premiação. O filho dele, Smith, seguindo o exemplo do pai, pronunciou-se: “and That´s how we do it” (e é assim que fazemos). Uma agressão desse tipo num evento globalizado pela Tv, poderá ser reprisado (parodiado) futuramente. A força da divulgação em todos os lugares do mundo em que fora transmitido, pode tornar-se uma reação “normal” para eventos semelhantes e de menor monta em locais outros do mundo.
EM LOCAIS OUTROS do mundo hollywoodiano. Hollywood está presente dentro de sua casa, apartamento ou maloca. Hollywood educa o mundo Cão do canibalismo cinematográfico onde pontifica, grande parte das vezes, a violência. A violência que se repete na sala de jantar, na sala do sofá, nos crimes cotidianos reportados para dentro da empatia fácil do espectador de eventos policiais muitas vezes comentados em programas de repetição da violência policial.
A ATRAÇÃO, O magnetismo, a simpatia das estrelas e astros do cinema se mostrou nesse evento, que são simulações de uma civilidade apenas de aparências. Bastou uma brincadeirinha de mal gosto e logo se revelou o que há logo abaixo dos disfarces, das gravatas borboletas. A sensibilidade e o caráter real da atuação supostamente civilizada, é uma bravata que logo se revela no personagem da vida real, que na realidade é um brucutu fantasiado de ator ganhador do Oscar.