Uma vida que se vai, uma saudade que fica.
Hoje tenho me sentido mais triste do que todos os outros dias, e tenho me perguntado, sem uma resposta concreta:Por que
a morte nos faz tanta surpresa? Por que somos sempre tomados
de emoçoões incontroláveis, se já sabemos que ela é a mais concreta verdade que temos como pessoas humanas, como criaturas de Deus.
Muitas vezes ouvi de uma velha tia essa expressão: "Pra Morte não tem Talvez". E eu na minha infantilidade de criança não alcançava o que isso significava, porque minha velha tia sempre repetia aquela expressão. Hoje, depois de experiente,já na terceira idade começo a sentir que cada dia caminhamos para o encontro com ela, e que não há dúvida de que nos encontraremos, não sabemos como, nem onde, muito menos quando, mas, com certeza, nos encontraremos.
Hoje ao ver minha prima amiga nos seus últimos instantes de vida, ao pé de sua cama refleti o quanto somos frágeis, o quanto a vida é apenas uma passagem de dias, e o quanto nos enganamos com
a morte e nos embelezamos com a vida, sem olharmos que a verdadeira razão do viver deveria ser a preparação para o último instante, para a morte como nossa realidade indiscutível.
Uma vida que se vai para a eternidade, uma saudade que fica com os que são passageiros da aeronave da morte, que nos levará
rumo à morada final.
A saudade dos que se vão para sempre é uma saudade diferente, Uma saudade com desengano, sem esperança de ver de novo. Sentir a falta de alguém nos torna tristes, saber que esse alguém jamais voltará nos faz mais tristes ainda.
Se para a morte não tem talvez, o melhor talvez seja não esperá-la e sim, deixar que ela seja sempre uma asurpresa.