Hora de tirar meu cavalinho da chuva
O que estou fazendo aqui e porquê? Sempre me pergunto pois cada vez mais me convenço de que não sou poeta. E não pense que digo para receber elogios, não! Até juro de pés juntos. Há sete anos (2015), quando aqui cheguei por indicação de um poeta, colega de trabalho, vim movida pela curiosidade - sempre gostei de poesia - para ler e aprender. Sabia bem menos que hoje, até meus comentários eram grotescos.
Assim como lia as poesias, lia também todos os comentários, com eles aprendi e ainda aprendo. Com o tempo fui me afoitado, me meti a besta e resolvi publicar meus garranchos. Pensei: seja o que Deus quiser, quem não quiser, não leia, ora! Vejam meu primeiro texto, em nada mudei. Confesso que o publiquei com um friozinho na barriga, como no primeiro beijo.
Não Sou Poeta
Me perdoem caros poetas
Por aqui me intrometer
Ser poeta eu não sou
Mesmo assim eu quero ser.
Não sei rimar, nem metrificar
Sonetos não sei fazer
Tampouco classificar.
Não sei filosofar
Não tenho mestrado nem doutorado
Sou de poucas letras
Uma aprendiz pé rapado.
Nada entendo de metáforas
Mas sou metida a besta.
Portanto, peço perdão
Pelos erros que aqui verão
Nas concordâncias e pontuação.
Não tenho estilo, mas reafirmo:
Me aturar vocês vão ter
Queiram ou não queiram
Pois poeta eu não sou
Mesmo assim eu quero ser.
Se você teve coragem de ler até aqui deve estar dando gargalhadas. Mas para minha surpresa vieram alguns comentários. Lembro bem o primeiro, nada mais nada menos que o anjo lindo, Irlene Chagas, grande poetisa, que entre risinhos disse que eu era poeta. Ah, também os poetas Tildé e Edmilson Celson. Sabe que acreditei? Fui ficando.. ficando... até hoje aqui, embora ainda essa medíocre aprendiz , fazendo uma crônica que nem sei se é ... e como ao longo desse tempo pouco evoluí, me perguntando se já não é hora de zarpar, tirar meu cavalinho da chuva...